O Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul e Região realiza neste sábado, 21, assembleia para avaliação e votação da proposta feita pelo patronal. Também será discutida a possibilidade de deflagração de greve da categoria, caso a proposta seja rejeitada.
A assembleia será realizada na sede do sindicato a partir das 9h30min. Todos os trabalhadores da categoria podem participar, inclusive os que não são sócios da entidade.
Na campanha salarial desse ano, o Sindicato está reivindicando 10% de reajuste – 5% de reposição da inflação e 5% de ganhos reais – mais 71 cláusulas sociais.
Nesta sexta-feira (20), há uma nova rodada de negociações com os patrões, que devem apresentar um índice de reajuste a ser apresentado e votado pelos trabalhadores na assembleia do sábado.
Transporte subsidiado
Uma das bandeiras defendidas pelo Sindicato no dissídio deste ano é o transporte subsidiado. A proposta seria de que, as empresas arcariam com todos os custos de transporte do trabalhador.
Criado em 1985 e obrigatório pela Lei Federal 7.619, o vale-transporte no Brasil completa 25 anos em 2012. Este ‘benefício’ é custeado pelo trabalhador, que têm descontados de seu salário até 6%, e pelo empregador, no que exceder à parcela referida no item anterior.
Em Caxias do Sul, desde o Acordo Coletivo de 2009 a participação do trabalhador metalúrgico no custeio do transporte é limitada a 5% do salário contratual, respeitadas as situações mais vantajosas eventualmente praticadas em cada empresa. O Sindicato tem um acordo com a Marcopolo onde os trabalhadores tem o valor descontados pelo piso e não pelos salários.
O presidente em exercício do Sindicato, Leandro Velho, destaca que o trabalhador tem que pagar até para se deslocar ao trabalho. São muitos descontos no final do mês, alimentação, INSS, transporte… “Sem esse desconto no salário estaríamos valorizando o trabalhador, realmente concedendo um benefício e consequentemente aumentando os rendimentos do metalúrgico”. Além disso, Velho salienta que as empresas abatem os custos com alimentação e transporte no imposto de renda e que a porcentagem descontada é fora da realidade. “O índice de desconto não corresponde a época atual, é muito alto, tem trabalhador que paga R$ 120 de transporte, é preciso padronizar, ou ninguém paga ou todos pagam o mesmo valor”, destaca.
Conforme o presidente licenciado do Sindicato, o deputado federal Assis Melo, e autor de projeto de lei para a isenção dos descontos ao trabalhador, a cobrança entrou em vigor em um período de alta inflacionária no Brasil, que chegou ultrapassar a casa dos 230% no ano de 1984. Hoje, o país vive outra realidade econômica, com inflação anual em torno de 5%, 6%. “Não faz sentido manter em vigência uma regra que foi criada durante a crise econômica provocada pela inflação em torno de 30% ao mês. Passadas décadas do início da vigência da lei, entendemos que seus efeitos já foram devidamente absorvidos pela empresas e pela economia em geral”, justifica Assis.
Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul