Recém chegados da China, os novos trens comprados pelo Metrô RJ já apresentaram problemas, apontados pelo Sindicato dos Metroviários (Simerj), sobre possíveis falhas técnicas nas composições. De acordo com o sindicato, os novos trens são mais leves, balançam mais do que as composições antigas e poderiam bater em paredes e pilastras, além do risco de descarrilar. Por isso, ainda segundo o sindicato, a concessionária Metrô Rio teria começado a fazer obras para alargar as plataformas e até as pilastras dos túneis. A concessionária nega as acusações e diz que os trens novos estão em fase de ajustes.
“A solução encontrada pelo metrô foi a raspagem das plataformas. Então, o que está acontecendo agora é uma raspagem de cerca de 10 a 20 centímetros de cada lado das plataformas”, afirma diretor de comunicação e imprensa Simerj, Antonio Luis da Silva
O Metrô Rio confirma que está fazendo obras, mas que elas estavam previstas e são apenas para padronizar as estações. “As obras são importantes mesmo para a operação dos trens antigos. Agora, se você não as fizesse, nada impediria que o trem novo operasse sem que tivesse nenhuma interferência”, rebateu Gilbert Flores, diretor de engenharia do Metrô.
Técnicos que estão trabalhando nos testes dos novos trens chineses teriam informado a integrantes do sindicato que, pelo menos, outras duas questões precisam ser resolvidas antes de as novas composições começarem a rodar. Segundo a denúncia, as portas dos trens travam depois da terceira tentativa de fechamento, e o consumo das novas locomotivas é maior do que o das antigas, o que já teria causado uma pane durante um teste.
O Ministério Público Estadual já mandou ofícios cobrando explicações do Metrô, da Secretaria estadual de Transportes e da Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários e Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp-RJ). O promotor Carlos Andresano quer saber se a concessionária está adaptando o sistema aos novos trens, em vez de ter encomendado trens compatíveis com as linhas atuais.
“Se houve uma falha de projeto que coloca em risco a segurança dos usuários, medidas têm que ser tomadas. Nós vamos buscar as medidas adequadas, junto à Justiça, para que não se coloque em risco a população do Rio de Janeiro”, enfatizou Andresano.
Portal CTB com agências