Entre os dias 13 e 15 de julho, metalurgicos cariocas particparam do 10º Congresso dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro. A cerimônia de abertura do Congresso foi marcada por uma homenagem ao metalúrgico Manoel Luiz, ex-diretor do Sindicato falecido em 2005. O ato contou com a presença o prefeito do Rio, Eduardo Paes, que reafirmou a parceria com o Sindicato e prometeu investimentos no Centro de Memória da entidade.
Durante o Congresso a CTB Nacional esteve representada por Nivaldo Santana (vice-presidente), Pascoal Carneiro (secretário-geral) e João Batista Lemos (secretário adjunto de Relações Internacionais), que participaram de mesas sobre conjuntura e desindustrialização.
O congresso, que teve início na sede do Sindimetal-Rio, foi aberto pelo presidente em exercício Maurício Ramos (foto: ao microfone), que destacou a história do Sindicato na defesa da soberania, da democracia e do desenvolvimento do Brasil. Em seguida, o pesquisador José Luiz Del Roio relatou o nascimento da entidade e a luta dos primeiros diretores, que já naquela época buscavam a redução da jornada de trabalho. Del Roio ainda presenteou o Sindicato com uma cópia do primeiro jornal da entidade, lançado no 1º de maio de 1918, um ano após a sua fundação, e que em breve o Sindicato disponibilizará na sua página na internet (metalurgicosrj.org.br).
A abertura do congresso ainda contou com o secretário adjunto de Relações INternacionais da CTB e vice-presidente da Federação Sindical Mundial, João Batista Lemos, o dirigente do PT, Carlos Santana, o dirigente do PSOL, Carlos Eduardo Tacto, o vereador do PCdoB, Roberto Monteiro, entre outros dirigentes partidários.
Coube ao presidente licenciado do Sindicato, Alex Santos, fazer a homenagem ao patrono do congresso Manoel Luiz, destacando sua luta em prol da entidade. O seu filho Willian esteve presente representando a família e recebeu uma placa comemorativa dos 95 anos do Sindimetal-Rio das mãos do prefeito Eduardo Paes.
Conjuntura nacional e internacional
Os debates do segundo dia do Congresso dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro aprofundaram ainda mais os debates sobre a conjuntura nacional e internacional, o papel dos sindicatos e a organização sindical. Logo na parte da manhã, o assessor da CTB, Umberto Martins, abordou a atual crise econômica mundial, a situação da China, que caminha para ser a primeira economia do mundo, e a luta dos trabalhadores em defesa do emprego.
O segundo debate foi realizado pelo vice-presidente da Federação Sindical Mundial, João Batista Lemos, que abordou o papel das centrais sindicais e historiou a luta das organizações internacionais dos trabalhadores. Por fim, Batista ressaltou a importância de unificar as ações dos trabalhadores, citando como exemplos as bandeiras da valorização do salário mínimo e a redução da jornada de trabalho, sem redução de salário.
Em seguida, a jornalista Ana Rocha fez uma breve apresentação do seu livro sobre as Trabalhadoras da Faet. Segundo ela, as metalúrgicas representam cerca de 15% da força de trabalho no Rio de Janeiro e ainda convivem com salários menores do que dos homens e a precarização do serviço.
Na parte da tarde, o debate foi centrado nas organizações sindicais e o seu papel entre os trabalhadores. O diretor da FitMetal, Aurino Pedreira, entre outros pontos destacados, falou da importância da criação dos comitês de base para o fortalecimento das entidades sindicais.
Agenda de lutas
No último dia do congresso, o vice-presidente da CTB Nacional, Nivaldo Santana, abordou o problema da desindustrialização no Brasil. “A realização desse Congresso foi uma grande vitória do sindicato, pela representação dos delegados e qualidade dos debates realizados”, destacou o vice-presidente da CTB, que ressaltou em sua intervenção a necessidade de um movimento sindical classista que se incorpore na luta, em aliança com outros segmentos sociais para viabilizar de uma nova política industrial no país.
Ao final a plenária aprovou por unanimidade o texto que serviu de base para o congresso e publicado no jornal “Meta”. Em seguida, foram apresentadas as pautas de reivindicações da campanha salarial que serão debatidas na próxima assembleia da categoria.
Os delegados também aprovaram outras ações como realizar um seminário para debater as questões pertinentes do setor naval; que será organizado pela secretaria de formação em conjunto com a secretaria do setor naval em até 90 dias; defender a manutenção do Imposto Sindical como fonte de sustentação da luta dos trabalhadores; se incorporar a luta nacional contra a Alta Programada; buscar junto ao Ministério de Ciência e Tecnologia as condições de qualificação e programa de pesquisa e desenvolvimento (P&D) ligada aos setores da categoria; buscar junto à Petrobrás o compromisso da construção de sua logística como forma de desenvolvimento econômico do país, com localização do Rio de Janeiro, conforme a Lei Valentim; e buscar junto ao Sistema Firjan o compromisso da qualificação pessoal e profissional do trabalhador como responsabilidade do empresariado, do sindicato e do trabalhador. Lutar também pelo fim do interdito proibitório, fim dos descontos dos vales-transportes sobre os salários dos trabalhadores e buscar junto aos nossos parlamentares, em nível federal, a legalização na Constituição a questão dos delegados sindicais.
Portal CTB com informações de Marcos Pereira