Metalúrgicos da GM de São José dos Campos, interior de São Paulo, aprovaram nesta segunda-feira (16), uma paralisação de 24 horas. A decisão, aprovada pelo pessoal do 1º turno nas portarias do MVA e da S10, acontece um dia antes de reunião, em Brasília, com o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto de Carvalho, que vai discutir a situação da fábrica e dos empregos.
Na última quinta-feira (12), houve paralisação de advertência de duas horas. As mobilizações fazem parte da Campanha SOS Empregos, pela manutenção dos postos de trabalho na fábrica. “Vamos aumentar a pressão até que a GM garanta a estabilidade no emprego aos trabalhadores. Não dá para aceitar que a empresa seja beneficiada com dinheiro público e ainda assim faça demissões”, disse o presidente do Sindicato, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá, durante a assembleia.
No mesmo dia, em reunião intermediada pela Superintendência Regional do Trabalho, a direção da GM se negou a atender a pauta de reivindicações dos trabalhadores e alegou que “a situação do mercado” é que vai definir a situação do setor. Há algumas semanas, a empresa anunciou a redução da produção no setor do MVA, onde são fabricados os modelos Corsa, Classic, Zafira e Meriva. Já fechou o 2º turno do setor e encerrou a produção da Zafira
Campanha por estabilidade no emprego
Na última quinta-feira (12), além de promover uma paralisação de duas horas, os metalúrgicos aprovaram estado de greve em protesto contra a ameaça de fechamento do setor MVA (Montagem de Veículos Automotores), que terá como consequência 1.500 demissões.
A mobilização antecedeu uma reunião entre Sindicato e Secretaria de Relações do Trabalho, em São Paulo. No encontro, o Sindicato defendeu ao secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho, Manoel Messias Nascimento Melo, que o Governo Federal exclua a GM da redução de IPI.
“Nesta reunião não houve avanço em relação às reivindicações dos trabalhadores, e agora nossa esperança está na reunião do dia 17 de julho, que acontecerá na Secretaria Geral da Presidência da República”, diz o Cipeiro e membro de oposição ao Sindicato local, Nilson Andrés Pincheira Araya (Chileno) , diretor da Fitmetal.
Durante a paralisação deixaram de ser produzidos 146 carros e 300 motores. A GM possui cerca de 7.500 trabalhadores e produz os modelos Corsa, Classic, Meriva, Zafira e S10, além de motores e kits para exportação.
A manifestação faz parte da Campanha em Defesa dos Empregos na GM, deflagrada pelo Sindicato dos Metalúrgicos, como forma de evitar as 1.500 demissões que deverão ocorrer quando a montadora concretizar o fechamento do setor MVA.
Entre os dias 5 de junho e 2 de julho, já foram demitidos 356 metalúrgicos por meio de PDV (Programa de Demissão Voluntária). A própria GM admitiu que reduzirá a produção no MVA e que tomará medidas drásticas em relação à mão de obra excedente.
Diante da iminência da demissão em massa, o Sindicato deu início a uma série de atividades para chamar a atenção da sociedade e cobrar do poder público uma postura incisiva em defesa do emprego.
Nos próximos dias, devem ocorrer novas manifestações, incluindo uma caravana para Brasília, no dia 18, um ato nacional entre diferentes sindicatos e centrais e atos em frente a concessionárias Chevrolet.
As demissões representam o descumprimento do acordo firmado pelas montadoras com o Governo Federal. Quando foi anunciado o pacote de incentivos fiscais para o setor, o Ministério da Fazenda determinou que as indústrias beneficiadas não poderiam demitir.
Diante da recusa da GM em atender às reivindicações dos metalúrgicos, as mobilizações devem ser intensificadas a partir de segunda-feira, dia 16. Os trabalhadores já estão em estado de greve.
Portal CTB com agências