A coalizão de partidos que apoia Andrés Manuel López Obrador apresentará nesta quinta-feira (12/07) recurso para impugnar as últimas eleições presidenciais no México que elegeram Enrique Peña Nieto do PRI (Partido Revolucionário Institucional), afirmou o jornal local La Jornada.
Dentre as provas que serão apresentadas hoje ao IFE (Instituto Federal Eleitoral) contra o PRI, encontram-se indícios de compra de votos, financiamento ilegal de campanha, inequidade nos meios de comunicação e manipulação de distritos eleitorais
A esquerda alega que cerca de 5 milhões de votos foram comprados, quantidade suficientes para ganhar o pleito de 1º de julho. “Não são milhares de votos, são milhões de votos que foram comprados”, afirmou o candidato derrotado da coalizão, Obrador, em conferência de imprensa na semana passada.
Membros do grupo disseram à Agência Efe que pretendem promover uma entrevista coletiva nesta quinta-feira (12/07) às 18h locais (20h de Brasília) para resumir seus planos e oferecer as provas que serão apresentadas às autoridades eleitorais.
A solicitação para a anulação ou invalidação do pleito – duas opções manejadas pela esquerda, mas que não são excludentes e que têm diferente fundamento jurídico – será feita ao IFE, horas após a entrevista coletiva.
O Movimento Progressista já havia anunciado no último dia 6 que entrariam com o pedido judicial. “Houve falta de equidade antes, durante e depois do pleito, sobretudo no que diz respeito à propaganda política disfarçada do rádio e da televisão a favor de Peña Nieto”, disse Camerino Márquez, representante do PRD (Partido da Revolução Democrática).
Se as autoridades judiciais confirmarem essa vitória eleitoral, o PRI, que permaneceu no poder no México entre 1929 e 2000, voltará à residência presidencial de Los Pinos.
Histórico
Logo após o fim do pleito presidencial do dia 1 de julho, cresceram os indícios de que as eleições haviam sido fraudadas por partidários de Peña Nieto. Centenas de mexicanos contaram que o PRI comprou seus votos com cartões pré-pagos da rede de lojas de departamento Soriana, apuraram jornais locais na semana seguinte ao pleito.
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Com medo de que o crédito fosse cancelado com o fim da votação, os eleitores lotaram as lojas para gastar o crédito, que ia de 100 (15 reais) a 700 (106 reais) pesos. “No domingo, você se dirigia a urna, votava, tirava uma foto da cédula marcada em favor do PRI, mostrava e te davam o cartão”, contou Rocío Ugalde ao La Jornada.
O movimento estudantil #YoSoy132 também denunciou irregularidades que favoreceram o candidato do PRI nas últimas eleições. Os ativistas organizaram diversos protestos e assembleias que reuniram centenas de pessoas desde o fim das eleições para denunciar a suposta fraude eleitoral.
Fonte: Opera Mundi