Após os debates em Aracaju, no último final de semana (07 e 08), os bancários da Bahia e Sergipe, reunidos na 14a Conferência Interestadual, definiram a proposta de reivindicação do índice de 10% de aumento real mais a inflação do período para a Campanha Salarial 2012. Além disso, aprovaram a reposição das perdas salariais do governo FHC, piso nacional da categoria equivalente ao salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 2.329,00), a distribuição de 20% de forma linear do lucro líquido na PLR (Participação nos Lucros e Resultados) do funcionalismo, o fim das metas e do assédio moral, respeito a jornada de seis horas e a valorização das mesas específicas de cada banco. Essas propostas de reivindicações, entre outras, serão levadas para a Conferência Nacional dos Bancários, que acontecerá nos dias 22 e 23 de julho, em Curitiba (PR).
Ao final da Conferência, foi eleita também a delegação da Bahia e Sergipe que vai para a Conferência Nacional, constituída de 28 delegados e três observadores. Participaram do evento 211 bancários, sendo que 49 são da base do Sindicato da Bahia; de Sergipe, 46; de Irecê, 15; de Juazeiro, 6; de Jacobina, 4; de Itabuna, 12; de Vitória da Conquista, 12; de Jequié, 7; de Ilhéus, 16; e de Feira de Santana, 44.
Cenário positivo
Na Conferência, no sábado pela manhã, o técnico da sub-seção do Dieese (SE), Luís Moura, destacou que o incentivo feito pelo governo é importante para a economia do país. De 2003 até o ano passado, dobrou o índice do PIB (Produto Interno Bruto). Passou de 24% a 49%. “Nunca foi tão fácil comprar e fazer financiamentos de imóveis e de automóveis”, afirma.
Para o Departamento, houve evolução do emprego bancário ao longo dos anos. Eram 402.425 bancários em todo o país em 2000 e, em 2001, passou para 506.696. Este crescimento nas contratações engana a quem não conhece a realidade nas agências. Os bancos têm demitido os antigos funcionários com salários maiores, enquanto os novos empregados são contratados com redução salarial.
De acordo com os dados apresentados por Luís Moura, o Brasil tem o maior spread bancário do mundo, 27,8%. Logo depois vem o Paraguai com 26,9% e o Peru 16,39%. “Esta situação mostra que os bancos brasileiros estão em situação de conforto. A inadimplência não pode ser apontada como culpada pela alta no spread, já que a taxa apresentada pelo Banco Central foi de 3,7% em março deste ano”.
Campanha salarial e segurança
Os principais itens da campanha salarial foram debatidos no sábado à tarde. São quatro eixos de debates: emprego, remuneração, saúde, condições de trabalho e segurança, e sistema financeiro nacional. A rotatividade com redução do salário médio, a terceirização, a valorização do piso, a inclusão das perdas salariais nos bancos oficiais nas negociações sobre remuneração estão entre as demandas categoria. Todos os anos, os bancários reivindicam 15% do lucro líquido na PLR (Participação nos Lucros e Resultados). A reivindicação deste ano é a ampliação para 20%.
Os dados de segurança da Bahia também foram apresentados. Já são mais de 90 ataques a bancos em todo o Estado e o alvo preferido dos assaltantes é o Banco do Brasil. Segundo o Dieese, as organizações financeiras gastaram, em 2011, R$ 2,6 bilhões em despesas de segurança e vigilância. O número representa uma média de 5,2%, se comparado com o lucro (R$ 50,7 bilhões).
Fonte: FEEB (Fotos: Wagner Soares)