A televisão pública do Paraguai, junto a outros meios comunitários, mantêm uma resistência pacífica e de denúncia contra o golpe de estado parlamentar que destituiu o presidente Fernando Lugo, afirmou nesta sexta-feira (06) aqui o comunicador Marcelo Martinessi.
Frente a este golpe à democracia, a televisão pública tem mantido no ar o programa Microfone aberto, de ampla participação popular que se converteu em instrumento para romper o cerco midiático, assegurou o ex-diretor executivo desse programa ao Toda Venezuela, da Venezuelana de Televisão.
Acrescentou que diretores e trabalhadores continuam a resistência pacífica e reportam as arbitrariedades do governo de facto de Federico Franco, em contraposição à atuação de meios privados, que no momento do golpe transmitiram programas de temas [de imprensa] “marrom e sensacionalistas”.
Na sua opinião, as ações acometidas pelo governo golpista, que tentaram silenciar a televisão pública, mostram que “Franco é um fantoche de forças que estão muito chateadas com os programas sociais que Lugo levava adiante, inéditos para o Paraguai”.
Os meios privados, denunciou Martinessi, fazem fortes campanhas contra a Venezuela e contra os programas sociais impulsionados pelo presidente Hugo Chávez.
A respeito, o jornalista paraguaio Guillermo Verón, colaborador do canal multinacional TeleSur, assinalou que um exemplo deste ataque é a declaração “de pessoa non grata”, formulada contra o chanceler Nicolás Maduro.
Recordou que isso ocorreu depois da transmissão em um meio paraguaio de um vídeo manipulado, no qual supostamente Maduro se reúne com militares para instigá-los a mobilizarem-se contra o governo de facto.
Isso, disse o comunicador paraguaio, foi uma versão manipulada do que ali ocorreu.
Na realidade, sublinhou, chanceleres da União de Nações Sul-americanas reuniram-se com diferentes setores, deputados, senadores, membros do Partido Colorado e da Corte Suprema de Justiça, e também com militares, em busca de uma solução à crise política, em benefício do povo paraguaio.
Atuou-se “com absoluto respeito e apego aos princípios constitucionais”, afirmou Verón.
Diante da situação que vive hoje o Paraguai -explicou-, foi constituída uma Frente de recuperação da democracia que aglutina moradores de todos os pontos da nação sul-americana.
Martinessi e Verón participam do XVIII Fórum de São Paulo, evento que concluiu nesta sexta-feira (06) capital e que por três dias reuniu mais de 600 delegados de uma centena de partidos e movimentos de esquerda de 80 países.
O Fórum condenou na última quinta-feira (05) o golpe de Estado contra o presidente constitucional do Paraguai, Fernando Lugo.
Fonte: Prensa Latina