Camponeses paraguaios qualificaram nesta terça-feira (3) o governo de Federico Franco como seu pior inimigo e iniciaram o debate de um plano para recuperar terras ilegalmente em poder de latifundiários.
Os lavradores realizam uma plenária de dois dias na cidade de Guayaybi, departamento de São Pedro, histórico bastião da luta contra a desigualdade na propriedade da terra, um dos mais graves problemas da sociedade paraguaia.
O evento foi organizado pela Liga Nacional de Carperos, que toma seu nome do movimento de famílias de camponeses sem-terra, que instalam barracas (carpas em espanhol) em propriedades rurais que denunciam como ilegítimas.
O dirigente da organização, José Rodríguez, ao iniciar a plenária, propôs que os carperos são o grupo mais ameaçado de extermínio por Franco, já que o governador é partidário de usar a repressão contra eles.
Agregou que toda a alta burguesia e o grande setor empresarial do país respaldam o atual governo produto da destituição do presidente constitucional, Fernando Lugo, e da interrupção do processo democrático no Paraguai.
Depois de manifestar que existe uma absoluta rejeição internacional ao atual governo, anunciou que a plenária aprovará um plano de luta para avançar na recuperação pelos camponeses das terras nas mãos de quem nem sequer as cultivam.
Na primeira sessão da mencionada reunião nacional informou-se que as ações a serem adotadas pelos carperos serão acompanhadas por organizações solidarias de indígenas e de outros setores sociais.
Paralelamente ao encontro em Guayaiby, foi reportado que grupos de camponeses sem-terra ocuparam um setor de uma propriedade de 800 hectares mantida em poder de uma empresa agropecuarista mediante um controverso título denunciado pelos ocupantes.
Fonte: Agência Prensa Latina