“Estamos indignados com tanta impunidade. Não aceitamos as revogações das prisões dos acusados de serem os mandantes dos assassinatos de Paulo Colombiano e sua esposa, Catarina Galindo”. Esse foi o desabafo do presidente da CTB Bahia, Adilson Araújo, em frente ao Fórum Rui Barbosa, no centro da capital baiana, na tarde do dia 29. A Central promoveu dois atos, em Salvador, dia que completa dois anos da morte do sindicalista e sua esposa, assassinados a tiros, no bairro de Brotas, onde moravam.
Pela manhã, a CTB com a participação de trabalhadores de vários sindicatos promoveu uma manifestação no Corredor da Vitória, bairro nobre de Salvador, em frente à Mansão Victory Tower, onde moram os empresários Claudiomiro César Ferreira Santana e Cássio Miranda de Santana, acusados de serem os mandantes do crime.
Irreverência
Até um Judas foi utilizado no protesto pelos trabalhadores para mostrar à população que esse crime ainda não foi elucidado e que foram traídos pela justiça, que mandou soltar os supostos assassinos. “Os empresários e irmãos, Claudiomiro César Ferreira Santana e Cássio Miranda de Santana, acusados de serem os mandantes das mortes dos dois, em 2010, estão soltos desde o dia 6 de junho. Ficaram presos pouco mais de 20 dias. Só os executores ficaram presos. Que justiça é essa”? , questionou o dirigente sindical.
Para a CTB com mobilização é possível conscientizar a população sobre o Caso Colombiano, para que esta cobre por justiça. “Estes assassinatos não podem ficar impunes. Realizamos as manifestações em dois lugares distintos em Salvador, e marcamos presença, principalmente, no símbolo maior que representa a justiça, que é o Fórum Rui Barbosa, com o Sindicato dos Rodoviários e de outras categorias, para provar que não aceitamos que o caso foi esclarecido. Não sem justiça,” destacou o presidente da CTB-BA.
Vários documentos comprovam que os proprietários da empresa de plano de saúde Mastermed e do Atacadão Centro Sul, em Salvador, teriam recebidos repasses desde 2005 que somados ultrapassaram mais de R$ 116 milhões. A investigação apontou irregularidades na empresa que administrava o plano de saúde, resultado alcançado através da perícia feita na contabilidade do Sindicato dos Rodoviários.
O crime
Ao assumir a tesouraria do Sindicato dos Rodovários, Paulo Colombiano demonstrou insatisfação com o plano de saúde que atendia aos rodoviários. Considerou a taxa de administração mensal paga pelo sindicato, de cerca de R$700 mil, muito elevada.Colombiano reduziu, então, despesas geradas pela diretoria do sindicato. Teria sido morto por ter descoberto irregularidades na Tesouraria.
Por Daniela Sansão- CTB Bahia