Os trabalhadores da empresa Voges, em Caxias do Sul (RS) paralisaram as atividades por mais de uma hora na manhã desta terça-feira (19), no horário de entrada. Eles participaram de assembleia realizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul e Região para discutir o dissídio deste ano. A entidade vem realizando uma série de reuniões com os trabalhadores nas portas de fábrica para mobilizar a categoria a estar pronta para cruzar os braços a partir da próxima semana, caso os patrões não apresentem um índice de reajuste salarial satisfatório.
Durante a assembleia, o presidente em exercício do Sindicato, Leandro Velho, relatou as dificuldades que os empresários vem impondo durante as negociações. Segundo o dirigente sindical, os patrões têm sido intransigentes e continuam fazendo terrorismo, ameaçando os trabalhadores com demissões em função de uma crise que não existe. “O que há é uma desaceleração no crescimento de um segmento – o de veículos comerciais, causado pela mudança na motorização -, o que não quer dizer que estejam tendo prejuízo, mas o sindicato não negocia o dissídio apenas para um segmento. O dissídio é reivindicado para toda a categoria”, advertiu.
O presidente observou que em todo o país, os sindicatos que têm data-base nos primeiros meses do ano e já fizeram a negociação do dissídio da categoria só conquistaram avanços depois de cruzar os braços. Por isso, afirmou, os trabalhadores precisam estar preparados e mobilizados. “Pedimos a compreensão da sociedade porque se precisarmos parar será porque os empresários não valorizaram os trabalhadores”.
Na campanha salarial desse ano, o Sindicato está reivindicando 10% de reajuste – 5% de reposição da inflação e 5% de ganhos reais – mais 71 cláusulas sociais. Na última negociação, realizada na tarde de segunda-feira, os empresários não apresentaram nenhuma contraproposta. Apenas concordaram em conceder algumas das cláusulas. A proposta, no entanto, precisa ser formalizada na próxima negociação, quinta-feira, quando os patrões também devem apresentar um índice de reajuste.
A proposta dos empresários será colocada em votação na assembeleia geral da categoria, no próximo sábado, dia 23.
Texto e foto: Claiton Stumpf