A secretária da Mulher Trabalhadora da CTB, Raimunda Gomes, a Doquinha, participou na última quarta-feira (30), em Salvador, do VIII Congresso Estadual da Federação dos Trabalhadores na Indústria da Construção e da Madeira do Estado da Bahia (Fetracom-BA). O convite foi feito pela coordenação do evento, para palestrar sobre a situação da mulher no mercado de trabalho e movimento sindical.
Em sua explanação, Doquinha fez um breve resgate da situação da mulher nos diversos períodos históricos e a importância da criação de políticas públicas que garantam igualdade de direitos entre homens e mulheres na política, no mercado de trabalho, enfim na sociedade e nas tomadas de decisões.
A dirigente destacou que o mundo do trabalho na atualidade apresenta complexas conexões envolvendo as lutas de classes, gênero, raça, etnia e geração (idade) e que em períodos de crise, as mulheres são mais atingidas, com perda de direitos, de equipamentos sociais e aumento da violência.
“As mulheres representam 41,7% da população economicamente ativa (PEA), avançam na conquista de espaços, desenvolvendo as mais diferentes funções, se tornaram chefes de família, possuem maior escolaridade que os homens, mas são submetidas a uma diferença salarial em média 28% a menos que os homens desenvolvendo as mesmas funções. Ocupam em menor proporção que os homens os cargos de chefia e lamentavelmente, mais de 50% estão na informalidade, sem cobertura social e previdenciária. Elas são provedoras e cuidadoras, mudaram o padrão familiar, mas, ainda gastam em média 18,3 horas semanais com o trabalho doméstico contra 4,3 dos homens”, destacou Doquinha.
Em sua intervenção Doquinha destacou a pauta das mulheres por direitos combina luta de caráter universal, que incluem trabalho decente, educação e saúde de qualidade, segurança no trabalho, alimentar e social, desenvolvimento econômico e sustentável, dentre outras. A sindicalista da CTB não se esqueceu de citar também as de caráter especifico que se referem à equidade na divisão social e sexual do trabalho, autonomia e compartilhamento das responsabilidades domésticas, conquistas de espaços de poder, garantia de direitos sexuais e reprodutivos e o combate a discriminação e violência de gênero/raça/geração.
Na opinião da dirigente o movimento sindical ainda é predominantemente masculino. No entanto, segunda a dirigente, as mulheres avançam na conquista deste espaço de poder, dando um toque feminino de sensibilidade e sutileza. “Conquistaram a Cota (30% de gênero em todas as instâncias de direção e fóruns de políticos) na perspectiva da paridade, favoreceu a implementação de secretarias de gênero nas entidades sindicais”, afirma.
Para ela os desafios estão postos e as mulheres terão que ter ânimo e disposição para continuar enfrentando as barreiras impostas pelo machismo. “O desafio das sindicalistas, portanto, é acompanhar a agenda geral do movimento sindical, participar ativamente das mesas de negociação e inserir mais cláusulas de gênero nas convenções coletivas, incluir nos programas de formação das entidades sindicais a temática de gênero, intensificar as campanhas de sensibilização/divulgação pela igualdade de gênero nos diferentes espaços, exigir dos governos políticas públicas de combate à discriminação e a violência contra as mulheres, principalmente a aprovação dos Projetos de Lei 6653/2009 (Câmara Federal) e 136/2011 (Senado), que propõem igualdade de oportunidade no mundo do trabalho”, reforçou Doquinha.
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