Frente à crise do capitalismo, o 5º Encontro Sindical Nossa América (Esna), encerrado na tarde de quarta-feira, 23, no México, conclama os povos da região à unidade na luta pela construção de um novo sistema político e social, anticapitalista e orientado pelo socialismo, respeitando as particularidades nacionais.
A declaração final da reunião também enaltece a mudança do cenário político na América Latina, que resulta das lutas sociais e tem um caráter nítidamente anti-imperialista e antineoliberal. Realça, neste sentido, a criação da Unasul e da Celac (excluindo EUA e Canadá), bem como o resultado final da 6ª Cúpula das Américas, realizada recentemente, onde EUA e Canadá ficaram isolados e os demais países americanos se uniram em defesa de Cuba, contra o bloqueio imperialista, deixando claro que esta foi a última cúpula sem a presença da ilha socialista.
Os sindicalistas debateram longamente a situação política internacional, marcada pela crise mundial do capitalismo e da orden imperialista, iniciada no final de 2007 nos EUA; a formação sindical, destacando a concepção de que a educação é um direito e não um mero serviço; e um plano de lutas.
A crescente violação dos direitos sociais e sindicais no México, os assassinatos em varios países latino-americanos (Colômbia, Honduras, Guatemala e o próprio México, entre outros) e a criminalização das lutas sociais foram duramente criticadas e denunciadas pelos delegados e delegadas.
Também mereceu ênfase a luta pela igualdade de gêneros e o internacionalismo da classe trabalhadora e a necessidade de estreitar os laços de solidariedade com as lutas em curso nos países europeis (Grécia, Portugal, Espanha, França, Itália e outros). A militarização promovida pelos EUA e a ingerência imperialista nos países latino-americanos e caribenhos foi outro alvo da crítica dos sindicalistas, que reiteraram a luta contra o bloqueio a Cuba, pela libertação dos cinco patriotas cubanos presos injustamente nos EUA e pelo fim de todas as bases militares do império no continente.
Foram aprovadas moções pela pronta recuperação do presidente venezuelano, Hugo Chávez, bem como pela sua reeleição; em solidariedade aos trabalhadores colombinos, vítimas do terrorismo do Estado, que assassinou mais de 3500 dirigentes sindicais nos últimos 20 anos; em apoio à luta dos mexicanos, também submetidos à repressão do governo neoliberal comandado pelo imperialismo ianque, e exigindo a libertação de 12 presos políticos do Sindicato Mexicano dos Eletricitários.
O 5º Esna decidiu reconduzir o sindicalista Juan Castillo, dirigente da PIT-CNT (central única do Uruguai) à sua coordenação geral. O diretor adjunto de Relações Internacionais da CTB, João Batista Lemos, foi eleito coordenador técnico. À noite foi realizada uma manifestação política na Praça da República, onde fica o Museu da Revolução Mexicana de 1910-17, comandada pelo líder camponês Emiliano Zapata.
Umberto Martins – Portal CTB