O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Rio Grande do Norte (Sintro), Nastagnan Batista, disse que o risco de que motoristas e cobradores perdessem o emprego foi um dos motivos que levaram a categoria à suspensão da greve, que perdurava desde segunda-feira (14) e foi finalizada no fim da manhã da quinta-feira (17).
De acordo com Nastagnan, a possibilidade de decretação da ilegalidade do movimento foi levada em consideração na hora da categoria decidir pela suspensão da paralisação e que o valor de 6% ainda não é considerado suficiente pelos profissionais.
Os rodoviários buscam, entre outros benefícios, um reajuste de 14,3% nos salários. Porém, os empresários havia oferecido somente o valor referente à reposição da inflação, pouco superior a 4%. Nesta quinta-feira, após nova rodada de negociação, o valor de 6% de reajuste foi confirmado, mas o Sinto diz que é somente para começar a negociação.
“O valor de 6% não é definitivo. Conseguimos o acordo que retomaríamos a negociação com o valor partindo de 6%, mas esse valor não é considerado suficiente pela categoria e vamos buscar uma melhoria”, garantiu Nastagnan Batista.
De acordo com o sindicalista, é falsa a informação de que os rodoviários recusaram proposta de 8%, sugerida durante audiência no Ministério Público do Trabalho. Nastagnan Batista disse que foram os próprios empresários que rejeitaram conceder o valor. Apesar de julgar os 6% insuficientes, os rodoviários decidiram suspender a greve temendo por demissões com justa causa.
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“Não havia como cumprir os 70% determinados pela Justiça e havia a possibilidade de que a greve fosse considerada ilegal. Por isso, não poderíamos colocar em perigo o emprego dos companheiros, que poderiam ser demitidos. Mas a negociação continua”, explicou.
Além do valor inicial de 6% para a retomada da negociação, os sindicalistas cobraram que houvesse a garantia de que a multa ao Sintro fosse retirada, a conta do sindicato desbloqueada e fosse revogado o pedido de prisão do próprio Nastagnan Batista.
Fonte: Tribuna do Norte