Os trabalhadores do sistema metroviário de São Paulo participam nesta quarta-feira (16), a partir das 18h30, de uma assembleia, na sede do Sindicato dos Metroviários, para decidir se promoverão, ou não, uma greve por tempo indeterminado contra a proposta apresentada pela Cia Metropolitano de SP (Metrô).
Na última rodada de negociações da Campanha Salarial 2012 a empresa apresentou uma proposta de reajuste salarial de 4,15%, aumento real de 0,50%, reajuste de 4,15% para VR e VA e auxílio-creche.
Proposta insuficiente para os metroviários, que reivindicam reajuste de 5,13%, aumento real de 14,99% – calculado com base no aumento do número de usuários, melhorias no plano de saúde e Plano de Carreira, concurso interno, equiparação salarial, movimentação de pessoal, reposição e quadro de funcionários.
“A nossa expectativa é que hoje seja votado o indicativo de greve para a próxima semana”, adiantou Flávio Godoi, dirigente da Fenametro (Federação Nacional Dos Metroviários).
Para o sindicalista um dos problemas mais importantes nas grandes cidades no Brasil é a falta de investimentos no sistema e valorização dos trabalhadores do setor. “A valorização dos trabalhadores é fundamental porque são eles que operam o sistema. Sem eles, não é possível termos um transporte de qualidade. Falta reconhecimento por parte da empresa”, disse.
Prova desta afirmação é que atualmente, metroviários de cinco estados brasileiros estão de braços cruzados: Belo Horizonte, Maceió, João Pessoa, Natal e Recife. Todos ligados à Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU), que é submetida ao governo federal.
“Os governos não têm feito nada para melhorar a situação. Pelo contrário, o governo têm estimulado as PPPs (parcerias público privadas) e, por conta disso, há uma piora no sistema público. Os trabalhadores estão indignados porque reajuste zero não dá”, afirmou Wagner Fajardo, dirigente da Fenametro.
Os ferroviários de São Paulo também estão em processo de negociação para melhorias das condições de trabalho. Eles têm audiência de conciliação sexta-feira (18) no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Se não houver acordo, há possibilidade de greve. Caso os ferroviários decidam entrar em greve existe a possibilidade das duas categorias trabalhem o movimento de forma unificada.
Confira um resumo da greve nas capitais:
Belo Horizonte
Em Belo Horizonte, a paralisação dos metroviários entra hoje (16) em seu terceiro dia. Além de afetar diretamente a cerca de 215 mil cidadãos que utilizam o metrô diariamente, a mobilização sobrecarrega o sistema de ônibus, que atende, diariamente, a quase 1,5 milhão de usuários da capital mineira e região metropolitana.
Na última segunda-feira (14), o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou que os metroviários mineiros devem respeitar uma escala mínima de trabalho. Pelo tempo que a greve durar, trens e estações deverão operar integralmente durante os horários de pico. A categoria reivindica reajuste salarial de 5,74%, participação nos lucros e resultados, adicional noturno de 50% e plano de saúde integral. Uma nova assembleia dos trabalhadores está marcada para a próxima terça-feira (22) à tarde.
João Pessoa
Em João Pessoa, a greve dos ferroviários foi deflagrada à meia-noite do dia 14. Na capital paraibana, o sistema de trens da CBTU atende a cerca de 10 mil passageiros por dia, em quatro cidades da região metropolitana. Segundo a superintendência da CBTU na Paraíba, apenas 30% da frota estão funcionando normalmente. Das 28 viagens feitas diariamente pelos dois trens em serviço, apenas oito estão em operação. Apenas um trem está trabalhando.
Alagoas
Os moradores da capital alagoana, Maceió, também enfrentam transtornos devido à decisão dos ferroviários, que cruzaram os braços ontem (15) por tempo indeterminado. Com a paralisação, a quantidade diária de viagens caiu de 22 para oito, obrigando os usuários do sistema ferroviário a pagar R$ 2,30 pela passagem de ônibus. De trem, a viagem custa R$ 0,50. Diariamente, os trens alagoanos transportam cerca de 6 mil pessoas de três municípios da região metropolitana.
Natal
Já em Natal, onde os motoristas e cobradores de ônibus estão em greve desde o início da segunda-feira, a situação dos cidadãos agravou-se desde na terça-feira,, com a adesão dos ferroviários da CBTU à paralisação. Só o movimento dos ferroviários afeta cerca de 8 mil usuários ao dia, na capital potiguar, embora, desde novembro do ano passado, um problema mecânico tenha obrigado a retirada de serviço de uma das duas locomotivas do sistema, reduzindo a demanda a 4 mil usuários/dia.
Assim como em João Pessoa, a passagem de trens na capital potiguar também custa R$ 0,50, enquanto a passagem de ônibus mais barata é R$ 2,20.
Recife
Em Recife, o Sindicato dos Metroviários de Pernambuco deflagrou greve por tempo indeterminado na noite da última segunda-feira. No mesmo dia, o Tribunal Regional do Trabalho do estado (TRT-PE) determinou que ao menos 50% dos serviços devem ser mantidos. Cerca de 280 mil pessoas usam o serviço todos os dias na capital pernambucana, e, segundo a superintendência regional da CBTU, o metrô está operando normalmente nos horários de pico, conforme determinou a Justiça.
São Luís
Motoristas e cobradores de ônibus também decretaram greve em São Luís, reduzindo a frota em circulação, o que gerou tumultos, com o registro de ônibus depredados por pessoas insatisfeitas. O Tribunal Regional do Trabalho do Maranhão (TRT-MA) determinou que ao menos 50% da frota devem rodar normalmente durante a paralisação. Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial de 16%, aumento do valor do tíquete-alimentação, revisão no plano de saúde e cumprimento da jornada de trabalho de sete horas.
Portal CTB com agências