Servidores britânicos cruzam os braços contra reforma na Previdência

Centenas de milhares de funcionários públicos britânicos aderiram nesta quinta-feira (10) a uma greve a nível nacional, em protesto contra as medidas de austeridade e reformas para o sistema previdenciário do Reino Unido.

A grande dúvida dos sindicatos que organizaram o movimento dizia respeito à participação dos policiais na greve. E a resposta foi positiva, já que milhares de policiais percorreram o centro de Londres nesta manhã.

Cerca de 20 mil policiais, com cartazes contrários aos planos do governo de coalizão sobre a Previdência, participaram do protesto, ao lado de professores, agentes penitenciários, empregados dos ministérios, entre outros.

Descontentamento

A paralisação afetou os trabalhos em tribunais, escritórios de busca de emprego, aeroportos e até no Parlamento. Diante da preocupação sobre a situação nas prisões, fontes governamentais informaram nesta quinta que o Ministério da Justiça pode tomar medidas legais para forçar a volta ao trabalho. Os sindicatos estimam que 400 mil empregados se unam à iniciativa por todo o país e participem de diversas manifestações como forma de expressar seu descontentamento com as mudanças da previdência.

A reforma do governo inclui o aumento das contribuições e da idade de aposentadoria de 65 a 67 anos em 2028, o que obrigará os empregados a trabalhar por mais anos, contribuir mais e receber menos quando estiverem aposentados.

O secretário-geral do sindicato Unite, do setor público, Gail Cartmail, disse nesta quinta que a greve evidencia a insatisfação dos trabalhadores. “Há um maior descontentamento pela insistência do governo de que os empregados do setor público trabalhem mais, paguem mais (ao fundo de previdência) e recebam menos quando se aposentem”, acrescentou. Cartmail ainda destacou que o sindicato acredita que a reforma é uma maneira de reduzir o déficit fiscal, de acordo com ele, provocado pelos banqueiros do país. “Isto é totalmente injusto”, disse.

A porta-voz trabalhista de Interior, Yvette Cooper, que decidiu participar da passeata, disse aos meios de comunicação britânicos que foram cortados milhares de postos policiais em todo o país e qualificou esta situação de irresponsável. “O alcance destes cortes é muito prejudicial”, afirmou. O governo de coalizão, formado por conservadores e liberal democratas, aplicou em outubro de 2010 um programa de austeridade para reduzir o déficit fiscal, que em março alcançou 6,4% do Produto Interno Bruto (PIB).

Com agências

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