Após uma assembleia realizada na Assembleia Legislativa da Bahia na manhã desta quarta-feira (2), professores da Rede Estadual de Ensino decidiram continuar em greve. O movimento começou no último dia 11 de abril e caminha para alcançar um mês de duração. Cerca de 1,1 milhão de estudantes têm aulas prejudicadas devido à paralisação.
A diretora da APLB Sindicato, Marilene Betros, alega que a culpa pela greve é do governador Jaques Wagner, que não permite o diálogo entre docentes e a gestão pública. os professores querem reajuste geral para a categoria de 22,22%, mas este percentual foi concedido apenas aos professores de nível médio como correção para o novo piso nacional.
“Nós queremos negociar, estamos dispostos a negociar. O governo não pode ignorar um milhão e cem mil alunos que estão sendo prejudicados pela greve. Portanto, saiba que a conta pelos dias perdidos, pelo prejuízo ao calendário de 200 dias de aula, é sua”, disse a professora em recado ao petista. Os docentes estão acampados na Assembleia desde o último dia 13.
Os professores não votaram nenhuma flexibilização em relação às reivindicações desde o início da greve e continuam exigindo que o governo conceda aumento de 22,22% a todos os níveis de docentes. O presidente da APLB, Rui Oliveira, ignorou também o apelo feito pelo secretário de Educação Oswaldo Barbosa feito em entrevista na TV record na manhã desta quarta pelo retorno imediato às aulas. “Como ele pode fazer apelo e cortar salários? O secretário não vai mexer com a nossa dignidade. A greve continua”.
O secretário afirmou na TV que a greve dos professores não tem 100% de adesão. Segundo ele, cerca de 500 das 1.450 escolas da Bahia estão funcionando normalmente apesar do movimento grevista e que nenhuma unidade educacional que não está 100% na greve teve corte de ponto dos professores.
Barbosa confirmou que o corte de ponto existe para quem está totalmente paralisado e que foi uma estratégia orientada pela Procuradoria Geral do Estado. O secretário aproveitou para fazer um apelo aos docentes para que retornem à sala de aula e garantiu que, com a retomada das aulas, o canal de debate com o Governo do Estado continuará aberto.
“Os professores sabem que a Secretaria de Educação e de Administração e todos os organismos próximos ao gabinete do governador sempre estabeleceram uma atitude de diálogo com os professores. O governador Wagner tem uma atitude de permanete diálogo e eu apelo para que os professores parem a greve. Certamente o dialogo vai continuar”, assegurou o dirigente.