Em greve há 12 dias, os professores da rede estadual de ensino da Bahia promoveram na manhã da última terça-feira (24) uma grande manifestação na Assembléia Legislativa da Bahia (onde estão acampados), para comemorar os 60 anos da APLB- Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia e protestar contra a falta de negociação com o governo em relação às reivindicações da categoria.
A data foi lembrada com um bolo, que foi dividido entre os professores e trabalhadores de diversos outros segmentos que foram prestar apoio aos educadores. “Hoje comemoramos os 60 anos de uma entidade combativa, que luta com muita seriedade, transparência e honestidade e recebemos como presente a solidariedade do movimento sindical, frente ao movimento paredista que a APLB apresenta neste momento”, comemorou a vice-coordenadora da APLB, Marilene Betros.
O ato de apoio à APLB contou com a participação de cerca de mil pessoas entre estudantes, professores e servidores estaduais de diversas categorias, além dos representantes dos sindicatos dos trabalhadores de saúde, agentes penitenciários, policiais civis, médicos e da CTB. Com faixas, gritos de ordem, apitos e narizes de palhaço, o grupo tenta pressionar o governo a atender as reivindicações dos professores.
Os professores estão acampados no prédio da Assembleia para tentar impedir que os deputados aprovem o Projeto de Lei 19.776/2012. No último dia 17, os deputados aprovaram a urgência na votação do projeto, que transforma a remuneração de professores com titulação em ensino médio, licenciatura curta ou não licenciados em subsídio.
Segundo Marilene Betros, dirigente da CTB e da APLB Sindicato, cerca de 2 mil pessoas ocupam a Assembleia sem previsão de sair. “Permaneceremos aqui até termos uma posição do governo. Queremos que o governo diga como vai cumprir o acordo firmado no ano passado de pagar 22,22% de aumento ainda em 2012, além da retirada do projeto de lei 19.779, que prejudica bastante a categoria. Sem acordo, a greve e a ocupação da Assembleia continuam”, acrescentou Marilene.
Para a dirigente não é possível que o Estado aprove um projeto que acaba com os benefícios conquistados pelos trabalhadores ao longo dos anos. “O projeto é ruim porque retira conquistas históricas da categoria. Transforma-as conquistas como regência de passe, atividade complementar, adicional por tempo de serviço, em subsiíio. Ou seja, é uma saída do governo para não pagar o piso nacional”, ressaltou.
O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) lançou um documento onde faz considerações sobres os prejuízos do PL 19.776/2012. Confira o documento na íntegra.
Portal CTB com informações de Eliane Costa