Os professores da rede estadual de ensino da Bahia entraram nesta segunda-feira no 13º dia de greve iniciada no dia 11 de abril. Cerca de dois mil trabalhadores permaneceram acampados no saguão da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) durante todo o fim de semana.
A previsão é que eles fiquem no local até terça-feira (24), quando deve ocorrer a votação do projeto de lei que assegura o piso nacional aos 5.210 profissionais do nível médio, os únicos que ainda recebem abaixo do estabelecido pelo governo federal.
O diretor da APLB, professor Rui Oliveira, informa que na terça-feira (24) será realizado um ato público em comemoração ao aniversário da entidade sindical, com previsão de começar às 9h. “Antes disso, vamos oferecer um café da manhã a partir das 7h30. O nosso aniversário vai ser um grande ato e várias categorias vão parar em solidariedade aos professores”, diz.
“Até agora o governo não mandou nenhuma proposta de acordo. O secretário, que antes negava a existência de proposta, disse, via imprensa, que colocou na mesa uma proposta para pagar em duas parcelas, em novembro e em abril, e que nós não aceitamos. Mas o governo não nos chamou para negociar, apontar uma direção para o problema, mas age de maneira truculenta dizendo que irá cortar o ponto”, afirmou Claudemir Nonato, secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB).
O sindicato exige o cumprimento do acordo de reajuste de 22,22% no piso nacional por parte do governo, conforme prevê o acordo fechado entre as partes em novembro do ano passado, não cumprido até o momento, segundo Nonato. “A proposta diz que, entre 2012 e 2014, o professor terá o mesmo reajuste dado ao piso nacional, que é de 22,22%. Até agora eles deram 6,5% [concedido a todos os servidores públicos do estado], falta a diferença”, comenta.
Na terça-feira (17), os professores acompanharam, na Assembleia Legislativa da Bahia, a sessão que resultou na aprovação do regime de urgência para a votação do Projeto de Lei 19.776/2012 do governo do estado, que estabelece o reajuste dos educadores. Com isso, o projeto será votado pelos deputados na próxima terça-feira (24).
Em Salvador, e na maioria das cidades do interior, os professores estão com as atividades suspensas mesmo depois que a Justiça decretou a ilegalidade no movimento. Na segunda-feira (16), durante reunião do comando de greve, a categoria resolveu entrar com um recurso para derrubar a liminar que declarou a ilegalidade do movimento.
Portal CTB com agências