Os profissionais em educação da rede estadual de ensino reuniram-se em assembleia, na manhã da quinta-feira (19), para debater os rumos do movimento grevista, iníciado no último dia 11 e que deve continuar por tempo indeterminado.
Atividade foi realizada dentro Assembleia Legislativa da Bahia, ocupada desde a última quarta-feira (18) por representantes dos professores, funcionários, estudantes e lideranças sindicais da capital e do interior do estado.
Os professores estão acampados no prédio da Assembleia para pressionar os deputados a não aprovar o Projeto de Lei 19.776/2012. Na terça-feira, os deputados aprovaram a urgência na votação do projeto, que transforma a remuneração de professores com titulação em ensino médio, licenciatura curta ou não licenciados em subsídio. Com isso, o projeto deve ser votado até a próxima terça-feira (24).
Segundo Marilene Betros, dirigente da CTB e da APLB Sindicato, cerca de 2 mil pessoas ocupam a Assembleia sem previsão de sair. “Permaneceremos aqui até termos uma posição do governo. Além dos professores, também há membros do movimento estudantil e chegou muita gente do interior. Estamos fazendo uma força-tarefa”, destacou a sindicalista.
Para a dirigente não é possível que o Estado aprove um projeto que acaba com os benefícios conquistados pelos trabalhadores ao longo dos anos. “O projeto é ruim porque retira conquistas históricas da categoria, nivela por baixo e não por cima. Ela tira todas as vantagens que o professor tinha. O PL prejudica os trabalhadores no nível, médio, licenciatura curta e nível superior. Transforma conquistas históricas como regência de passe, atividade complementar, adicional por tempo de serviço, em subsiíio. Ou seja, é uma saída do governo para não pagar o piso nacional”, ressaltou.
Ná ultima semana , o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) lançou um documento onde faz considerações sobres os prejuízos do PL 19.776/2012. Confira o documento na íntegra.
Professores baianos mobilizados
Depois da votação, que decidiu pela continuidade da greve, que entrou em seu oitavo dia, os educadores fizeram reuniões zonais, no próprio Centro Administrativo. Nesta sexta-feira (20) haverá outras reunião das zonais no saguão da Assembleia Legislativa.
Para o interior do estado, ficou decidido que o próximo passo do movimento é a ocupação das Diretorias Regionais de Educação (Direcs), nos moldes da que está em andamento na Assembléia Legislativa; divulgação nas feiras, nas Câmaras de Vereadores, e criação de grupos de estudos para estudar e perceber o quanto é nocivo o projeto do governo.
Em Jequié, a categoria reafirmou a continuidade movimento em assembleia realizada na manhã da ultima quarta-feira (18) no plenário da Câmara de Vereadores e agendou uma nova assembleia para quarta-feira (25), às 14h, no auditório da Terceira Visão (próximo a Igreja Monte Horebe) e Ato Público às 17h na Praça Rui Barbosa.
Quanto ao corto no “ponto” dos funcionários, o departamento jurídico da APLB-Sindicato já entrou com ação contra a medida e para derrubar a liminar do governo que solicitou a ilegalidade da greve. Na próxima semana o Tribunal de Justiça da Bahia vai analisar a questão.
Fonte: APLB Sindicato