“A desindustrialização não é mais uma ameaça, é um fato consumado”, declarou à imprensa francesa, na última segunda-feira (16), François Hollande, candidato socialista às eleições presidenciais na França. Segundo informações da imprensa internacional, a desvalorização da indústria tem provocado debates e promessas por parte dos candidados e se tornou um dos temas prioritários nestas eleições.
Sarkozy tenta encontrar uma saída para a indústria francesa, a partir de propostas retrógradas
Hollande apona que, desde 2009, a França perdeu 385 fábricas, fato que demonstra o avançado processo de desindustrialização vivido no país.
Em Florange, na fronteira com a Alemanha, a usina da ArcelorMittal – maior grupo siderúrgico do mundo – está paralisada desde outubro. A siderurgia, que chegou a possuir 100 mil operários em 1970, atualmente possui apenas 5 mil. Com custos altos e baixa rentabilidade, as grandes siderúrgicas fecharam uma a uma a partir das décadas de 70 e 80.
Em declaração à imprensa francesa, o líder sindical Eduardo Martin Benitez resume a situação: “Isto aqui foi o coração da produção de aço, mas pode estar perto do fim”.
Desemprego
A França possui hoje uma taxa de desemprego perto de 10% e um déficit comercial de quase € 70 bilhões. Em declaração à imprensa, o presidente-candidato Nicolas Sarkozy (da UMP) diz que a perda de competitividade no país se dá devido ao alto custo do trabalho, principalmente, aos encargos sociais pagos pelos empregadores.
Em março, Sarkozy conseguiu aprovar uma lei que eleva a TVA – imposto sobre valor agregado que incide sobre bens consumidos, produzidos localmente ou importados – para financiar a proteção social na França. O aumento o imposto, de 19,6% para 21,2%, entra em vigor em outubro.
No entanto, François Hollande já sinalizou que, se eleito, irá revogar a lei. Segundo ele, a lei não resolve o problema, apenas transfere para o trabalhador os encargos que antes eram das empresas.
Com informações do Portal Vermelho e de agências internacionais