Poema relembra as vítimas do Massacre de Eldorado dos Carajás

Nessa próxima terça-feira (17), completam-se 16 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, quando 21 trabalhadores rurais foram brutalmente assassinados por policiais militares.

O grupo JOCE – Juventude, Ousadia, Coragem e Esperança Assentamento escreveu um poema em memória aos camponeses mortos.

Os versos foram escritos há mais de uma década e permanecem atuais, assim como a luta por justiça que continua.

 

 

17 de abril. Dia para nós marcado.
Quando vários companheiros foram mortos e mutilados
Por pessoas desumanas, cruéis e sem coração
Gente tão impiedosa que matou nossos irmãos
Entre esses muitos jovens, que antes pensavam no futuro
Terminam-se seus sonhos naquela curva da estrada,
Lá na curva do “S” por todos assim chamada,

Oziel Alves Pereira, foi um mártir deste dia tão cruel
Que nos causou tanto pranto, descanse em paz, Oziel.
Altamiro Ricardo da Silva, Antônio Alves da Cruz,
Mais duas vítimas massacradas, Deus mantenha sua luz
Sobre nossos companheiros, tende piedade Jesus.
Antônio Costa Dias e o companheiro Irmão,

Pela manhã eram dois que lutavam por seu pão
Pela tarde mais dois corpos que tombavam pelo chão
Abílio Alves Rabelo, Amâncio Rodrigues dos Santos,
Também mortos neste dia com grande crueldade tiraram a vida de tantos
José Alves da Silva, José Ribamar Alves de Souza,
Que horrível crueldade, que tamanha violência
Onde está a sociedade e a tão falada consciência?

Graciano Olímpio de Souza, João Rodrigues de Araújo
Mortos por tais pessoas de caráter vil e sujo
João Carneiro da Silva, Joaquim Pereira Veras,
Não nos veremos mais, pobres pessoas aquelas
Lourival da Costa Santana, Robson Vitor Sobrinho,
São mais duas vítimas massacradas,

Naquele triste caminho
Leonardo Batista de Almeida, Manoel Gomes de Souza
Onde estão já não sabemos, pois já não os vemos mais,
Esperando por justiça. Podem descansar em Paz.
Valdecir pereira da Silva, Raimundo Lopes Pereira,
lutando pela justiça enfrentando as barreiras
Nós lutamos, é por vocês que seguimos nesta fileira
Até quando juizes e governantes do meu povo

Esta nação tão sofrida almejará um mundo novo
Lutando pela justiça que agora sim está a vista
Trilhando esta triste estrada seguindo este caminho
Contando com companheiros que não nos deixam sozinhos
Nós almejamos um dia, nos orgulhar de poder
Olhar nos horizontes e assim então dizer,
Eis aqui o país do sonho passado,

e enfim, então poder contar com a justiça ao nosso lado.
Policias, homens tão infernais
Que naquele dia tão triste foram capaz
De tirar tantas vidas inocentes e leais
Que lutavam pela terra para a sobrevivência
Mas morreram neste dia de tão cruel violência
Se pensas dragão cruel, tirar nossas esperanças
Massacrando os companheiros e até nossas crianças

Enganam-se infiéis, pois a vida não é tudo o que temos para dar
Pois cada vida tirada é uma vida ocupada que o Brasil então verá
Nossa luta não para, pois sempre haverá alguém
A proclamar este grito de liberdade também

A vitória será nossa, pois já não há quem possa calar a nossa voz
Que sempre iremos gritar
Reforma Agrária Já!!

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