Centrais sindicais de origem basca, galega, catalã e canária divulgaram nesta semana seu apoio à greve geral ocorrida nesta quinta-feira (29) em toda a Espanha. O movimento é organizado pelas duas principais organizações sindicais do país (CCOO e UGT), em protesto contra a reforma trabalhista defendida pelo governo, como forma de atenuar a crise econômica internacional.
Confira abaixo o texto divulgado pelas centrais de diversas regiões espanholas:
canário, basco, galego e catalão
Nos últimos anos sofremos ataques aos interesses das classes populares, a partir dos sucessivos governos de Madri e autônomos. Essa ofensiva coincide com a substituição do capitalismo produtivo pelo capitalismo especulativo, de caráter financeiro, responsável pela crise global de dimensões impensáveis.
Nesse marco, a reforma das pensões e os cortes de direitos sociais e trabalhistas coincidem com um desregulamento de âmbito trabalhista, em formato de reforma, que põe fim do âmbito público, tudo sob o dogma neoliberal imperante.
As organizações sindicais que subscrevemos este documento, imbricadas em nossos respectivos países e com suas classes populares, não queremos permanecer como espectadores desse desmantelamento de tudo aquilo que se refere ao âmbito público e à proteção social – peças essenciais da coesão e da justiça social. Saiamos às ruas e nos convertamos em um muro de contenção ante essa onda de ataques diretos contra o bem-estar e o futuro das classes populares.
Por isso nos opomos frontalmente a uma reforma trabalhista que deixa em total vulnerabilidade os trabalhadores e trabalhadoras, em um mercado trabalhista desregulado e à mercê, exclusivamente, dos caprichos e necessidades empresariais, nos quais os convênios coletivos se convertem em papel molhado e no qual as relações trabalhistas, longe de avançar em direitos, se aproximam perigosamente das arcaicas relações feudais. Opomo-nos a uma reforma que apenas facilita a demissão, ao invés de facilitar o acesso ao trabalho das cidadãs e dos cidadãos e que, portanto, se converterá em uma nova ferramenta de precarização e de incremento à desocupação.
Por tudo isso, queremos dar uma resposta clara e inequívoca de oposição a essa reforma trabalhista, com uma greve geral que deixe claro que os cidadãos e as cidadãs não aceitamos esse ataque direto contra os direitos sociais. Uma mobilização que precisa ser também uma resposta aos ataques que sofremos como povos e como classe, para avançar na realização de novos marcos em relações trabalhistas e proteção social próprios e em direção à libertação nacional e social de nossos países.
Por esses motivos e a partir de nossa convicção internacionalista, fazemos um chamamento à cidadania de Euskal, Herria, Galiza e dos Países Catalães para contribuir de forma ativa para a greve geral deste 29 de março.
Viva a classe trabalhadora!
Intersindical Canaria, ELA, LAB, ESK, STEE-EILAS, EHNE, HIRU, CIG, CUT e Intersindical-CSC.