Para centrais espanholas, greve geral mostrará ao governo a força dos trabalhadores

As duas principais organizações sindicais da Espanha (CCOO e UGT) ratificaram nesta semana seu chamado à greve geral que acontecerá em todo país na próxima quinta-feira (29), em protesto contra a reforma trabalhista defendida pelo governo, como forma de atenuar a crise econômica internacional.

Para as organizações sindicais, as transformações empreendidas pelo Palácio da Moncloa (sede do poder central) estão inscritas em uma dinâmica suicida, pois com recessão e redução da despesa pública a economia não crescerá – e tampouco serão criados empregos. Seus dirigentes entendem que a greve desta semana será o momento de demonstrar toda a força dos trabalhadores perante o governo e a sociedade.

“Esta greve é uma oportunidade para que o governo e os empresários respeitem os direitos históricos dos trabalhadores”, afirmou o secretário de Organização da UGT, José Javier Cubillo.

“Este é o momento ideal para sairmos às ruas, em meio ao debate parlamentar, a tempo de que essas medidas sejam corrigidas”, complementou o secretário-geral da UGT, Cándido Méndez.

A paralisação deve durar as 24 horas da quinta-feira. Já nesta terça-feira (27), cerca de 75% dos funcionários públicos do país cruzaram os braços, na primeira etapa dos protestos.

Dados divulgados no começo de março mostram que o desemprego na Espanha atinge 23% da população – indício claro de que a economia do país caminha para a segunda recessão em três anos. A Espanha é a recordista em desemprego na combalida Europa – cerca de 40% estão desempregados. No ano passado, esse quadro levou centenas de milhares de jovens a ocupar várias praças públicas no país. Agora, são os trabalhadores que decidem paralisar suas atividades para protestar.

Retrocesso

Para os secretários gerais das CCOO, Ignacio Fernández Toxo, e da UGT, Cándido Méndez, a reforma do mercado de trabalho aprovada é ‘imprudente’ e ‘regressiva’. Diante de tais medidas, os dirigentes consideram que a greve convocada é uma medida ‘justa e necessária’.

Eles afirmam também que o protesto foi desencadeado pelo próprio Executivo, por causa de suas formas e por sua imprudência, ao haver aprovado a reforma sem discuti-la nem negociá-la com os sindicatos.

Com agências

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