Trabalhadores do Porto, de Lisboa, Almada, Setúbal, Barreiro, Beja, Coimbra, Évora e outras regiões de Portugal saíram às ruas nesta quinta-feira (22), em apoio à greve geral convocada pela CGTP-IN, contra as políticas de austeridade praticadas pelo governo do país para combater a crise financeira internacional.
Para o secretário-geral da entidade, Arménio Carlos, o movimento em todo o país foi bastante significativo, apesar das inúmeras dificuldades encontradas. “Saudamos particularmente todos os trabalhadores que, em condições muito difíceis, se disponibilizaram a fazê-la e a demonstrar a sua indignação, o seu protesto, mas também a afirmação de que é possível com outras propostas encontrar soluções alternativas para o nosso país”, afirmou.
A principal adesão à greve partiu dos trabalhadores do setor de transportes. A manifestação desta quinta-feira não contou com o apoio da outra central sindical do país, a UGT. Esta é a segunda organizada contra o governo conservador de Pedro Passos Coelho, desde que este chegou ao poder, após as eleições antecipadas de junho de 2011.
Em Lisboa, o metrô e as barcas que ligam as duas margens do rio Tejo estavam totalmente paralisados. Trens e ônibus na capital devem funcionar de maneira extremamente reduzida, assim como o metrô no Porto.
Mudanças
Para a CGTP-IN, há três pontos fundamentais que merecem destaque no atual cenário sociopolítico do país. A partir deles, os trabalhadores irão às ruas lutar por mudanças.
– Rejeitar o pacote da exploração e do empobrecimento;
– Combater o pacto de agressão aos trabalhadores, ao povo e ao país;
– Exigir uma nova política para Portugal.
As medidas de austeridade adotadas pelo governo português atenderam às exigências feitas pelo Banco Central Europeu e organismos como o Fundo Monetário Internacional. Durante os próximos três anos, Portugal vai receber 78 bilhões de euros desses organismos, mas em contrapartida terá de aumentar a receita fiscal e diminuir a despesa pública.
Para o cumprimento desse acordo, os maiores prejudicados serão os trabalhadores. Haverá diminuição do número de funcionários públicos do país, redução no pagamento de horas extras, corte de pensões e de subsídios, entre outras medidas que devem levar o país a um período de recessão.
Portal CTB, com informações da CGTP