Uma bela festa para marcar um momento de reflexão. O Dia Internacional da Mulher, nesta quinta-feira (8), foi celebrado em grande estilo pelas mulheres presentes ao Sindicato dos Metalúrgicos de Jaguariúna e Região. O salão de eventos da entidade ficou completamente lotado, com cerca de 150 pessoas – quase todas mulheres.
A homenagem preparada pela direção do SindMetal começou com uma apresentação musical com repertório de temas femininos. A partir de então, foi o momento de falar sobre as lutas travadas pelas mulheres e as muitas conquistas que vêm sendo alcançadas na busca por mais igualdade, proteção contra a violência masculina e maior participação em todos os espaços da sociedade.
A diretora do Sindicato Sandra Mara Gomes Vieira e a funcionária da entidade Cláudia Alessandrini enfatizaram que a discriminação em razão do sexo ainda é uma realidade presente no mercado de trabalho. No entanto, essas distorções históricas pouco a pouco estão ruindo. Esta semana o Senado Federal aprovou um projeto que multa as empresas que pagarem às mulheres salários inferiores aos dos homens quando ambos ocuparem as mesmas funções. A presidente Dilma Rousseff ainda irá sancionar a lei.
A cerimônia prosseguiu com o testemunho de garra de uma mulher fundamental na luta dos metalúrgicos na Região. Marcia Althman foi uma das fundadoras do Sindicato, na cidade de Amparo, no final dos anos 80, motivada pela indignação diante da exploração dos trabalhadores e das péssimas condições de trabalho nas fábricas. Casada com um metalúrgico, ela se cansou de ver o marido ser submetido às humilhações no trabalho, foi à luta e hoje o SindMetal é reconhecido como um dos principais sindicatos de trabalhadores metalúrgicos do estado de São Paulo.
Palestra
A convidada especial da festa foi Raimunda Gomes, a Doquinha, secretária da Mulher Trabalhadora da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). Ela expôs um quadro bastante claro sobre as formas de discriminação de gênero e raça que se expressam no mundo do trabalho quando se analisam a estrutura nos postos de trabalho e os salários pagos pelo mesmo trabalho desempenhado por homens e mulheres. Quase sempre, argumentou, as mulheres ocupam os empregos com menor remuneração e têm maior dificuldade para assumir cargos de chefia, o que acentua a discriminação e favorece o assédio moral e sexual por parte de seus superiores, homens.
A palestrante fez um apelo às mulheres para que participem mais ativamente da vida política e sindical, afim de mudar o cenário atual. “É necessário que participemos da política, pois é ela que dirige a sociedade. Não podemos nos conformar com o que está posto hoje, é preciso transformar essa realidade. Temos que lutar pela aprovação de projetos que possibilitem à mulher ter mais oportunidades de ascender na vida e na carreira. E isso só se faz com a luta”, ressaltou.
E acrescentou: “Entendemos que toda medida que beneficie as mulheres é muito bem vinda, porém, não podemos abrir mão das nossas propostas, e a luta pela aprovação do chamado ‘PL da Igualdade’ é o carro chefe do movimento”.
Para encerrar o evento, o presidente do SindMetal, José Francisco Salvino, o Buiú, fez uma saudação final às mulheres e agradeceu a todas por atenderem ao chamado do Sindicato para refletir sobre a atual condição feminina.
“É muito bom saber que o Congresso tem demonstrado sensibilidade com os projetos relacionados à mulher. É preciso avançar muito ainda e só com a participação e a mobilização das mulheres essas lutas podem avançar. Nós do Sindicato estamos junto com vocês para alcançar cada vez mais conquistas”, disse.
Ao final todas as convidadas participaram do sorteio de dezenas de prêmios, receberam brindes e desfrutaram do coquetel preparado especialmente para elas, encerrando uma noite de festa, celebração e muita reflexão.
Bruno Felisbino – SindMetal