Entre os dias 16 a 20 de fevereiro Tocoa, em Bajo Aguán (Honduras) aconteceu o “Encontro Internacional pelos Direitos Humanos em Solidariedade Com Honduras”.
O evento reuniu mais de mil ativistas da América Latina, Europa, Estados Unidos e Austrália, e recebeu o apoio e a solidariedade de centenas de organizações de todo o continente.
Durante o encontro aconteceram diversas atividades com debates, sugestão de propostas, denúncias e intercâmbio entre os ativistas. E os participantes fizeram em conjunto a “Declaração Final” com demandas, denúncias e tarefas para serem cumpridas.
Homens e mulheres que deram a vida lutando pela justiça foram homenageados, as crianças também foram lembradas e os e as ativistas se comprometeram a seguir lutando pela infância deste país e do mundo. Da mesma maneira, as mulheres foram citadas como pessoas que necessitam ter suas demandas fortalecidas, sobretudo às referentes à luta contra todas as formas de violência e agressão contra as mulheres.
E como não poderia faltar o evento também foi um momento importante para denunciar ao mundo toda a intensa violação de direitos humanos que há em Honduras, e que piorou depois do Golpe de Estado de 28 de junho de 2009.
Até os dias de hoje, ativistas e principalmente a população hondurenha sofre com os assassinatos, perseguições, criminalização de ações organizativas, seqüestros, agressões sexuais contra as mulheres, climas de terror intencionado contra meninas e meninos que vivem nos assentamentos e comunidades campesinas em luta, atentados contra meios de comunicação popular, encarceramento, exílio e ultimamente atentados com fogo contra várias populações do país.
Na cidade a situação é difícil, mas no campo é ainda pior. Os camponeses sofrem com ameaças, tentativas de desocupação, crescente militarização e os inúmeros assassinatos de pessoas que lutam para defender suas terras.
A Assembleia do evento definiu como objetivos continuar lutando e exigir uma solução definitiva ao conflito agrário, a desmilitarização total e imediata da zona de Aguán e de todo o território nacional; prisão para os assassinos e agressores do povo hondurenho; e investigação imediata e punição aos responsáveis pelas matanças contra os presos em Comayagua.
Na Declaração do Encontro também há acordos firmados em plenária, que dizem respeito a Criar o dia internacional de solidariedade com o povo hondurenho, que seja no dia 28 de junho; criar condições em cada um dos países para os refugiados e refugiadas hondurenhos; fortalecer o Observatório Permanente de Direitos Humanos do Aguan; criar uma cadeia internacional de rádios comunitárias para denunciar as violações de DH, entre outros.
E pensando nos problemas de outros povos do mundo, os ativistas também reivindicam a liberdade dos Cinco; a saída das tropas militares do Haiti; apóiam a luta pela terra dos povos indígenas e dos/as campesinos/as em toda a Mesoamérica e em toda Abya Yala e se comprometem a fortalecer a solidariedade com todos os povos apoiando o evento internacional que se realizará no Haiti, no próximo mês de julho, onde as jornadas continuam.
A CTB reafirma sua total solidariedade ao povo hondurenho, na luta pela instalação de um sistema de governo democrático, independente e justo que trate todos os trabalhadores e trabalhadoras de forma digna e humana.
Vamos continuar acompanhando todas as manifestações e iniciativas em prol da luta pela liberdade e justiça em Honduras e em demais países que também estão em luta por seus direitos.
Portal CTB
Fonte: www.adital.com.br