Em grande assembleia realizada na noite desta segunda-feira (13), motoristas e cobradores de ônibus de Curitiba (PR) decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. A paralisação está prevista para ter início na madrugada desta terça.
Os trabalhadores rejeitaram proposta dos donos das empresas concessionárias dos sistemas de ônibus da cidade, de conceder 7% de aumento nos salários. Descontada a inflação, o percentual representaria aumento real de pouco mais de um ponto percentual. Os trabalhadores pedem 40% de reajuste, alegando que o percentual correspondente a mais de dez anos de perdas salariais.
Se a greve for confirmada, apenas cerca de 30% dos 1.915 ônibus devem atender a capital e a região metropolitana, segundo o presidente do Sindimoc, sindicato que representa motoristas e cobradores.
“Vamos tentar cumprir essa meta, mas não sabemos quantos ônibus isso representa, pois a Urbs (empresa da prefeitura que administra o transporte coletivo) não nos informou qual a frota”, disse o presidente do sindicato, Anderson Teixeira.
O Setransp, entidade que reúne os empresários do setor, promete utilizar a Polícia Militar para reprimir o movimento grevista, além de recorrer ao judiciário contra a justa reivindicação dos trabalhadores.
O sistema de transporte de Curitiba tem 1.915 ônibus em 355 linhas, que fazem 21 mil viagens e transportam 2,3 milhões passageiros em dias úteis. Os veículos são operados por 12,5 mil motoristas e cobradores.