Policiais militares da Bahia decidiram em assembleia realizada na manhã desta quinta-feira (09) que continuarão em greve. A decisão foi tomada após os grevistas deixarem o prédio da Assembleia Legislativa (AL-BA), ocupado desde a semana passada. Na assembleia, realizada no Sindicato dos Bancários, em Salvador, após a desocupação, a greve foi aprovada por unanimidade.
Uma nova reunião da categoria está marcada para ocorrer às 16h desta quinta, também no sindicato dos bancários. A expectativa dos PMs é de que haja uma nova proposta do governo para ser discutida.
Desocupação pacífica
Cerca de 300 políciais em greve deixaram nesta manhã o prédio da AL-BA. A desocupação foi pacífica e dois mandados de prisão foram cumpridos: contra Marco Prisco, presidente da Associação dos Policiais (Aspra-BA) e outro contra Antônio Paulo Angelini.
De acordo com um dos grevistas, a decisão da desocupação foi tomada em assembleia durante a madrugada. O grupo atendeu a um pedido de Prisco, que entendeu que seria mais seguro eles se entregarem porque havia uma determinação de reintegração de posse e poderia haver confronto.
Em greve desde o dia 31 de janeiro, os militares reivindicam melhores condições de trabalho, salários e um plano de carreira, entre outros pontos. No entanto, o impasse agora está nos mandatos de prisão expedidos contra os líderes do movimento. Os grevistas querem a revogação dos mandatos. Ao todos são doze, restam oito a serem cumpridos.
Sob o olhar do governo federal
Questionado sobre o o tema, na última quarta-feira (08), o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, revelou que o governo está acompanhado “com preocupação” a greve dos policiais militares da Bahia.
“Está sendo tomado todo o cuidado, a presença do Exército, da Força Nacional, tudo está se fazendo com todo o respeito e diálogo. Demora, esse processo é sempre difícil, nós temos que ter paciência, temos que ter maturidade. Mas eu confio muito no espírito do governador Jaques Wagner, de seus assessores, que eles levarão a bom termo esse processo. Nós estamos acompanhando com preocupação e com muita confiança de que em um dado momento nós vamos conseguir resolver essa questão”, disse o ministro.
Gilberto Carvalho disse que o governo está atento a informações de que o movimento grevista pode se espalhar por corporações policiais de outros estados. “Efetivamente, temos a informação de que no Rio, em Alagoas, em vários estados, há um movimento. Nós estamos acompanhando e temos que dar resposta pontual, não podemos ver fantasmas. Temos que ver os fatos tais quais eles estão acontecendo e tentar em cada lugar alertar os governos estaduais para esse processo que está havendo”, avaliou.
Apoio
Diversas entidades dos movimentos sindicais e sociais já declararam seu apoio à greve da PM baiana.
No Rio Grande do Norte, as entidades irão promover um grande ato público em solidariedade aos militares baianos. A concentração acontece no início da Avenida Rio Branco, sob o Viaduto do Baldo, a partir das 9h.
De acordo com a organização da atividade “a iniciativa é uma manifestação de repúdio à postura do governador Jacques Wagner, que preferiu criminalizar e reprimir o movimento reivindicatório dos policiais baianos”.
Portal CTB com agências