Tropa de Choque cerca Assembleia Legislativa ocupada por PM em greve

Continua a se agravar a situação da segurança pública no Estado da Bahia com a greve da polícia militar de Salvador. A Tropa de Choque se juntou, na manhã desta segunda-feira (06), aos homens do Exército, das Forças Armadas e da Polícia Civil no cerco a Assembleia Legislativa da Bahia, onde estão os grevistas em assembleia permanente. 

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Homens do Exército e do Grupamento Especial chegam à Assembleia Legislativa

Em greve desde a terça-feira (31) por melhores condições de trabalho, salário e um plano de carreira, entre outros pontos, os militares prometem manter a paralisação até que o governo abra um canal de diálogo com o movimento. Os grevistas estão reunidos no pátio da Assembleia, acompanhando a ação e passando instruções aos manifestantes utilizando um carro de som. A paralisação é liderada pela Associação dos Policiais, Bombeiros e seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra-BA).

O governador Jaques Wagner propôs um aumento de 6,5%  e abertura das negociações, sob a condição de suspensão imediata da greve. A proposta foi recusada pelos trabalhadores.

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Grevistas observam o cerco

Diálogo é a saída

Para o presidente da CTB Bahia, Adilson Araújo, a situação é preocupante e exige a abertura da negociação por parte do governo, responsável em resolver o impasse. “Nós, da CTB, temos a convicção de que devemos apoiar toda e qualquer manifestação de trabalhadores que se materialize em reivindicações justas e consequentes. Acreditamos que o Governo do Estado deve chamar para si a responsabilidade de dialogar e equacionar esse problema. Nós apostamos num governo democrático e popular. Sabemos  que muita coisa mudou no Brasil e tem mudado na Bahia. No entanto, sabemos no que diz respeito ao debate acerca dos problemas relacionados ao serviço público ainda há uma insatisfação”, declara o presidente da CTB-BA.

Adilson ressalta que a melhor saída é evitar o conflito já que as reivindicações dos trabalhadores são totalmente justas.”É bom ressaltar que a greve não é particular da Bahia. Esse processo de greve eclode em todo país, a exemplo da manifestação dos bombeiros do Rio de Janeiro, que teve repercussão internacional. Portanto, essa questão da segurança tem que ganhar contexto nacional, no sentido de que haja uma política voltada para o setor. Eles reivindicam a aprovação da PEC 300 para acabar com as distorções salariais. Estão corretos. Não podemos permitir que um policial militar de uma determinada região receba duas ou três vezes mais do que o de outra. É que acontece entre a Bahia e Sergipe”.

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Presidente da Aspra-BA, Marco Prisco

Nesta segunda-feira, a CTB promove uma plenária com o movimento sindical e popular para analisar o processo e buscar uma mediação para o problema, que, segundo Adilson Araújo, “é grave e abre um precedente perigoso”..

“Desde o primeiro momento temos buscado uma interlocução com outros sindicatos ligados à diversas centrais, no sentido, não só de prestar solidariedade, como também mediar esse conflito. Infelizmente ainda não foi possível. O governo mobilizou a guarda nacional, o exército, a tropa de choque, a polícia federal para cumprir mandatos de prisão, que têm por objetivo, sobretudo, criminalizar o movimento. Entendemos que esse não é melhor remédio e inclusive expõe fissuras do nosso Estado. A questão da segurança pública merece atenção especial, porque o pacto pela vida que o governo pretende só será construído se o trabalhador possuir condições dignas de trabalho. Hoje a polícia é confrontada por marginais e traficantes. Eles são vítimas, até por conta da suas precárias condições de trabalho. Muitos trabalhadores da policia militar e civil se tornam refém desse problema, que a sensatez deve ajudar a solucionar, contribuindo para o exercício da democracia”, alertou o dirigente.

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Segurança

De acordo com o ministro interino da Defesa e comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, o contingente de militares das Forças Armadas deve ser reforçado, chegando a 3,5 mil homens. “Nossa ação é a de patrulhamento e nossa parte é apoiar o governo do estado, que é que conduz as negociações com aqueles que estão envolvidos no movimento [grevista]”, completou.

O tenente-coronel Cunha, responsável pelas operações na Bahia, informou que há uma onda de boataria correndo pelo estado. “Um dos problemas maiores é a grande onda de boatos, que já estão sendo combatidos com a presença das nossas tropas, além das policias Militar e Civil, para devolver a sensação de segurança e tranquilidade à população”, afirmou à imprensa.

Por determinação do governo federal, 40 homens do Comando de Operações Táticas, a “tropa de elite”, da Polícia Federal (PF) chegaram hoje a Salvador. Eles terão a missão de executar os mandados de prisão expedidos contra integrantes do movimento grevista.

Portal CTB com agências

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