Os dois principais sindicatos nigerianos decidiram suspender nesta segunda-feira (15) a greve geral contra o aumento do preço da gasolina, que paralisou o país. A decisão foi tomada em razão do governo ter voltado atrás em sua decisão.
A greve, que iria completar duas semanas, causou pelo menos três mortes, de acordo com as autoridades. A imprensa local fala em 12 mortos, durante confrontos entre manifestantes e as forças de segurança.
O NLC (Congresso do Trabalho da Nigéria) e o TUC (Congresso de Sindicatos), os dois sindicatos que promoveram a greve, anunciaram a decisão em entrevista coletiva em Abuja, capital administrativa do país. A Nigéria é o país mais populoso da África e o maior produtor de petróleo do continente.
“Os sindicatos e seus aliados anunciam o fim da greve, das manifestações maciças e dos protestos em todo o país”, disse o presidente do NLC, Abdulwaheed Omar, ao ler um comunicado conjunto.
A decisão foi anunciada horas depois que o presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, conseguiu impedir as mobilizações com a proposta de diminuir o preço dos combustíveis.
Os representantes dos trabalhadores agora irão trabalhar com uma comissão formada pelo governo para abordar a liberalização do setor de petróleo e a fixação dos preços dos combustíveis.
Apesar da suspensão dos protestos, o Exército deslocou nesta segunda tropas e tanques na capital econômica nigeriana, Lagos, e dispersou os manifestantes que pretendiam se concentrar em diferentes pontos da cidade.
A greve, declarada depois da decisão do governo de retirar os subsídios do combustível, agravou ainda mais as tensões no país, abalado nas últimas semanas pela violência religiosa entre muçulmanos e cristãos.
Fonte: Opera Mundi