Protestos contra o FMI marcam o 2º dia de greve na Grécia

Segundo organizadores, 120 mil foram às ruas de Atenas; houve confronto com a polícia e depredação de vitrines. Paralisação segue até amanhã, convocada por sindicatos; aeroportos, portos e transporte público são afetados.

Enquanto França e Alemanha faziam mais uma reunião de emergência na tentativa de destravar um pacote para salvar o euro e a economia europeia, a Grécia tinha ontem outro dia de greve geral e o maior protesto popular contra os cortes públicos.

O protesto fez parte do primeiro dos dois dias de greve geral convocados pelos sindicatos. Aeroportos, portos, o transporte público, bancos, escolas, tudo foi afetado.

Alguns cartazes nas ruas traziam a frase “Não à troica, não à chantagem”. “Troica” é uma referência a Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu, que concederam empréstimos à Grécia, mas exigem cortes de gastos.

Ontem, o Parlamento aprovou em primeira votação mais um pacote de medidas que prevê demissão de funcionários públicos e redução de salários e aposentadorias.

Hoje acontece a segunda votação. Se o governo não vencer, o repasse dos empréstimos de novembro pode ser retido, o que deixaria o país sem dinheiro para pagar servidores e aposentados.

A Grécia é o país com o maior problema de dívida de toda a União Europeia. O mercado já dá como certo algum tipo de calote.

REUNIÃO

A expectativa é que, no domingo, líderes europeus anunciem medidas para resolver a crise no continente.

A definição está principalmente nas mãos de Alemanha e França, maiores economias da Europa. Mas não está fácil encontrar uma solução que contente diferentes países e bancos.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, partiu ontem para uma reunião de emergência com Angela Merkel, chanceler alemã. Antes, disse a parlamentares que há ainda muitas divergências.

Entre as divergências está o que fazer com o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, que atualmente tem € 440 bilhões (R$ 1,07 trilhão), valor considerado baixo para garantir economias como Itália e Espanha.

Investidores duvidam da saúde financeira desses países e de seus bancos.

Também ontem, a agência Moody’s rebaixou a nota de dez regiões espanholas e cinco bancos do país, seguindo o que fizeram outras agências semana passada.

Fonte: Folha OnLine

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