Funcionários da Infraero em São Paulo promovem greve contra privatização de aeroportos

Cerca de 80% dos aeroportuários dos terminais de Guarulhos, 100% em Viracopos, ambos em São Paulo, e 60% dos que trabalham em Brasília cruzaram os braços nesta quinta-feira (20), primeiro dia da paralisação de 48 horas comandada pelo Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina). O protesto segue até a meia-noite desta sexta-feira (21). Os funcionários da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) pressionam a reabertura do debate sobre o processo de privatização.

Os trabalhadores acusam que foram excluídos das conversas, que se deram entre empresas e governo. “Esperamos que o governo reabra as discussões sobre o assunto e convoque para uma reunião conosco até acabar a paralisação. Se nada acontecer, vamos encaminhar a proposta de continuidade da greve”, adianta o diretor do Sina Wilson de Souza, que coordena o movimento no terminal de Viracopos.

Segundo o sindicato, da maneira como foi aprovada a privatização, além de ameaçar milhares de empregos, também afeta a segurança de usuários. “Não estamos defendendo apenas os nossos direitos. Mas o que vemos em todas as privatizações já realizadas é que não se cumprem as promessas de investimentos feitas pelas empresas, o que pode colocar em risco muita coisa, inclusive a segurança das pessoas”, alerta José Carlos Domingos, diretor do Sina.

Já Marcelo Tavares de Moura, também dirigente da entidade, lembra que o projeto prevê estabilidade de seis meses no emprego no período de transição da administração dos aeroportos que vierem a ser privatizados e de mais seis meses já com a nova direção. “Vai haver desemprego na categoria, com certeza.”

Há expectativa para reunião na próxima segunda-feira (24) com o governo, segundo os sindicalistas. Entretanto, caso ainda haja impasse, a tendência é de que outras paralisações sejam feitas até o final do ano.

Em nota, o governo diz que mantém a disposição para negociar com a categoria, mas que não abre mão de manter o modelo de concessão para os três aeroportos, que garante à Infraero até 49% do controle dos três terminais.

 

Com agências

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