Trabalhadores da Colômbia protestam contra Tratado de Livre Comércio com os EUA

A aprovação do Tratado de Livre Comércio (TLC) no Senado estadunidense foi recebida nesta quinta-feira (13) na Colômbia com total otimismo e qualificada pelo chefe de Estado, Juan Manuel Santos, como “histórico”. No entanto, surgiram protestos no setor sindical, especialmente do campo, pela desigualdade econômica entre as partes.

“As centrais únicas de trabalhadores manifestaram, levantaram sua voz de protesto, disseram que setores como o agro serão seriamente afetados”, informou o correspondente de Telesur no país, Milton Henao.

O jornalista recordou que nos Estados Unidos “os camponeses da agricultura são subsidiados, enquanto na Colômbia isto não tem sido possível. A última tentativa se fez com (o programa) Agro Ingresso Seguro (AIS)”, durante o Governo do ex-presidente Álvaro Uribe para “enfrentar os desafios que teriam os produtores do agro”.

O AIS foi planejado pelo ex-ministro da Agricultura, Andrés Felipe Arias, sob a administração de Uribe a fim de outorgar subsídios a agricultores. O programa se viu implicado em uma série de escândalos relacionados à corrupção e à entrega de recursos a grandes proprietários e figuras públicas.

Para o presidente da Central Única de Trabalhadores (CUT), Tarcisio Mora, o TLC “trará uma grande perda de empregos e a quebra do setor agrário, que não está preparado para a competição”.

Apesar das críticas, os industriais asseguram “que as exportações aumentarão em 6%, enquanto que a economia crescerá em 1%”, reportou Henao.

O jornalista também lembrou que o país do Norte atravessa uma “crise econômica” e, de acordo com os analistas, “não crescerá mais de 2% a economia” estadunidense e atualmente “encontra-se planejando políticas muito fortes de proteção a seus mercados”.

Além do setor agrário, a área do calçado também se verá prejudicada e “as indústrias culturais, por exemplo, a televisão colombiana, não poderá competir com tudo o que os Estados Unidos têm em matéria de tecnologia”.

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, e seu par estadunidense, Barack Obama, com o apoio dos republicanos, conseguiram nesta quarta-feira vencer a oposição de alguns legisladores democratas, que desde que se assinou o TLC em 2006 frearam a tramitação parlamentar em troca de maiores garantias para os trabalhadores colombianos e melhorias em matéria de direitos humanos no setor laboral.

“O Tratado de Livre Comércio não é justo para os trabalhadores na Colômbia ou para os trabalhadores nos Estados Unidos”, afirmou através de sua conta no twitter a democrata Nancy Pelosi, quem votou contra a ratificação.

A votação do TLC com Colômbia foi de 262 a favor e 167 contra. Quer dizer, o Tratado superou a maioria simples de 218 votos necessários para sua aprovação na Câmara de Representantes.

“Hoje é um dia histórico para as relações entre Colômbia e Estados Unidos, é um dia histórico para a inserção da Colômbia no mundo, é um dia histórico para os empresários e os trabalhadores colombianos”, afirmou Juan Manuel Santos desde Cartagena (norte), ao conhecer a votação realizada em Washington.

O Tratado de Livre Comércio começou a se negociar em 2004 e foi subscrito em 2006 pelo ex-presidente estadunidense, George W. Bush, e pelo então presidente colombiano, Álvaro Uribe, no entanto, a bancada democrata do Congresso dos Estados Unidos se opôs a sua ratificação argumentando violações aos direitos humanos dos sindicalistas na Colômbia.

Fonte: Telesur

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