Metalúrgicos do Rio decretam estado de greve

Os metalúrgicos do Rio de Janeiro decretaram, em assembleia realizada no dia na quinta-feira (06), na sede do Sindimetal, o estado de greve. Até o momento, os sindicatos patronais pouco avançaram nas propostas, apresentando um índice que não expressa a realidade de crescimento do setor nos últimos anos.

 

Com o estado de greve em vigor, a direção do Sindicato mobilizará ainda mais a categoria e convoca desde já os trabalhadores para a próxima assembleia, no dia 18 de outubro (terça-feira), que poderá ou não dar início à greve da categoria.

Na metalúrgica Grupo 19, embora tenham acontecido quatro reuniões, foram duas questões que se destacaram e levaram os trabalhadores a rejeitarem a proposta: o retorno do Banco de Horas e a proposição que coloca para os trabalhadores o negociado acima do que diz a lei (como na tentativa de quebrar a estabilidade do cipeiro). Além disso, nos poucos avanços nas cláusulas sociais não estão incorporados ganhos nas cláusulas econômicas, condicionado ainda na aceitação de toda proposta apresentada pelos patrões. Em relação ao índice salarial, o Grupo 19 ofereceu apenas o INPC, o que segundo o Dieese estaria entre 7,2% e 7,5%.

Já na Sinaval, foram poucos os avanços nas cláusulas sociais, mas com uma proposta de reajuste abaixo da perspectiva dos trabalhadores – apenas 8% – além de não discutir o melhoramento dos pisos salariais. No setor naval foi proposto a entrada da PLR na convenção e a inclusão de outras profissões no piso profissional. Já no Sindirepa, até o momento não houve qualquer proposta.

Diante deste quadro, os trabalhadores rejeitaram categoricamente as propostas dos patrões e aprovaram que o Sindicato continue fazendo as negociações da campanha e o desconto das taxas assistenciais e confederativas para o Sindicato.

A realização de uma grande assembleia mostrou a força dos trabalhadores para lutar por mais direitos e por uma proposta que atenda aos anseios da classe. Segundo o presidente do Sindimetal-Rio, Alex Santos, apesar de a entidade ter encaminhado a pauta de reivindicações nos prazos legais, foi baixo o número de reuniões e pouco se avançou nas negociações, não havendo ainda algo que realmente possa ser aceito pelos trabalhadores.

Para o secretário-geral do Sindicato, Jorge Gonçalves, os trabalhadores não devem debater a pauta dos patrões, mas aquela que foi aprovada pela categoria. “A campanha é do trabalhador, queremos melhores condições de vida e no serviço”. Também diretor do Sindicato, Jesus Cardoso disse que é preciso que a categoria mostre sua indignação com a proposta apresentada. O membro da Comissão do Eisa, João Miolo, também destacou a importância da mobilização da categoria.

Para o presidente da CTB-RJ e diretor do Sindicato, Maurício Ramos, a categoria deu uma grande demonstração de força nessa assembleia. Disse ainda que a realidade brasileira levou várias categorias à greve – como correios e bancários – e que se não tiver acordo pode ser a hora dos metalúrgicos paralisarem.

O diretor do Sindicato e da FitMetal, Wallace Paz Aragão, que dirigiu a assembleia, informou à categoria que a data-base foi prorrogada com realização de todas as ações legais, garantindo assim os direitos dos trabalhadores.

Fonte: Sindimetal RJ

 

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