Em greve, trabalhadores dos Correios de São Paulo promovem passeata na próxima sexta-feira

Diante da intransigência da Empresa de Correios e Telégrafos, em assembleia realizada nesta terça-feira (20) os trabalhadores dos Correios votaram pela continuidade da greve e pela realização de uma grande passeata na sexta-feira (23), pelas ruas do centro da cidade.

Os ecetistas paulistas aprovaram ainda uma moção de repúdio às últimas declarações do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, divulgadas na imprensa. Os trabalhadores dos Correios criticam o desrespeito e lembram que a greve é um direito constitucional.

Diate deste cenário, o Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos de SP (Sintect-SP) convocou a massa de ecetistas para uma grande passeata na sexta-feira (23), a partir das 15h, com concentração no Vale do Anhangabaú,em frente à Agência Central dos Correios. Como a greve é nacional, ao mesmo tempo, em todo o Brasil os ecetistas vão às ruas.

Confira comunicado do presidente do Sintect-SP:

A Greve Nacional dos Trabalhadores dos Correios, iniciada no último dia 13, segue forte em todo o país, paralisando mais de 70% do setor operacional da Empresa. Mesmo diante da força do movimento paredista, a direção da ECT e o Ministério das Comunicações mantêm sua intransigência e se recusam a negociar, sendo que desde a deflagração da Greve não foi feita qualquer nova proposta pela empresa com o objetivo de se chegar a um acordo.

Ao invés de buscar chegar a um acordo, a direção da ECT e o Ministério das Comunicações têm tomado atitudes provocativas que inflamam ainda mais os grevistas. Estão mentindo a toda a população ao afirmar que o número de trabalhadores em Greve esta diminuindo, quando o que ocorre é o contrário, podendo ser facilmente comprovado em visita a grande maioria dos vários Centros de Distribuição Domiciliares (CDD’s) dos Correios em todos os estados. Nesses locais, a carga postal esta sendo acumulada, já que a grande maioria do pessoal que realiza as entregas participa da greve.

Outra provocação foi a do Ministro das Comunicações Paulo Bernardo, que ao anunciar o desconto dos dias parados afirmou: “Não podemos confundir greve com férias. Quem não trabalha não pode ser pago”, em claro desrespeito aos trabalhadores que sabem perfeitamente que Greve não são férias, e sim luta contra as intransigências dos Correios e do Governo, que mesmo tendo todas as condições de fazer uma proposta decente que viabilize o fim da paralisação, se negam a fazê-la.

O que dá todas as condições à empresa para fazer uma proposta melhor é o fato de que ela teve um lucro de R$ 500 milhões no primeiro semestre de 2011, com aumento de 48% em relação ao mesmo período do ano passado, sendo o faturamento previsto para 2011 de R$ 14 bilhões, enquanto o de 2010 foi de R$ 12 bilhões. Só o contrato do Banco Postal rendeu R$ 2,3 bilhões para os Correios. Todo esse lucro só foi possível com a super exploração dos trabalhadores.

Para protestar contra todas essas provocações, intransigências e mentiras, tanto do presidente da ECT, Wagner Pinheiro, e do Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo (que têm no seu histórico político o movimento sindical e hoje renegam suas origens) e visando mostrar a toda a população que a Greve dos Correios em todo o país continua muito forte e seguirá assim até a vitória, chamamos todos para a grande passeata que realizaremos na sexta-feira, dia 23 de setembro de 2011. Partirá do Vale do Anhangabaú (da frente da Agência Central dos Correios), com concentração a partir das 15 horas.

Além de convidar todos os trabalhadores e trabalhadoras dos Correios e seus familiares para esta passeata, convidamos as Centrais Sindicais, outros sindicatos, associações de aposentados, movimentos sociais, parlamentares e todos aqueles que defendem que é preciso que o Governo mude a sua política na área econômica. Política essa que atualmente privilegia os banqueiros e agiotas, ao invés de valorizar os salários quando isso é plenamente possível e necessário para aumentar o mercado interno e gerar mais produção e empregos, inclusive para se prevenir de possíveis crises que podem chegar ao nosso país.

ELIAS CESÁRIO DE BRITO JÚNIOR (DIVIZA)
Presidente do SINTECT/SP


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