Em greve, professores de MG se acorrentam pelo piso salarial

Em greve há 98 dias, professores da rede estadual de educação de Minas Gerais realizam nesta segunda-feira (12) uma manifestação na Praça Sete, no centro de Belo Horizonte. Em um ato simbólico, cerca de 40 docentes se acorrentaram ao monumento localizado na praça para reivindicar o cumprimento da lei 11.738, aprovada pelo Supremo Tribunal Federal, que estabeleceu o piso salarial nacional de R$ 1.187 para uma jornada de trabalho de 40 horas semanais.

De acordo a professora Cláudia Simões Santos, os professores continuarão acorrentados e em greve de fome até o final do dia. “É um ato com tempo determinado para que a gente possa mostrar para a sociedade a intransigência do governo”, afirma. Ela conta que a greve vai muito além do piso salarial. “Ela é pela melhoria da qualidade da educação. Nossas escolas estão sucateadas, os nossos alunos têm uma merenda muito ruim. Então nós precisamos rever esse processo em Minas Gerais”.

No dia 31 de agosto o governo de Minas apresentou a proposta de um piso salarial de R$ 712 para uma jornada de trabalho de 24 horas semanais, correspondente à realizada pelos profissionais mineiros. O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do estado (Sind-Ute) rejeitou a proposta e desde então o sindicato disse esperar uma nova negociação com o estado.

Denise Romano, diretora da Sub-sede Betim do Sind-Ute, afirma que esse impasse se tornou uma decepção para os professores. “Não sou eu quem está dizendo, todo mundo diz. Os cursos de licenciatura, que formam professores, estão cada vez mais esvaziados. Há muitos que estão fechando. Nós já temos dificuldade para professores do ensino médio, de ciências exatas. Você não encontra mais essas pessoas. Não é uma carreira que é atrativa, então os jovens não se sentem estimulados a serem professores”, diz.

Além disso, sem receber os salários há dois meses, alguns professores começam a enfrentar problemas financeiros. A professora Diliana Márcia de Barros conta que seu aluguel já está atrasado há dois meses. Com 13 anos de carreira, ela conta que “é desanimador você ficar o tempo todo com um governo que não negocia e não oferece nada decente para a categoria. A população está sofrendo, as crianças estão fora da escola. Nós lamentamos profundamente a situação dos alunos, mas a responsabilidade não é nossa. A responsabilidade é do governador”, conclui.

Com informações das agências

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