Nos áureos tempos da indústria fonográfica, vender 1750 cópias de um álbum em suas primeiras 24 horas de mercado era sinônimo de fracasso.
Em 2011, porém, o jogo é outro: Chico Buarque decidiu lançar seu primeiro grande projeto ligado à internet para promover o novo disco, “Chico”, passou horas e horas gravando material inédito para os fãs conectados e, ao atrelar conteúdo exclusivo à pré-venda do álbum, conseguiu vender cerca de 7% (as tais 1750 cópias) da tiragem inicial de 25 mil discos apenas no primeiro dia de ação.
“Chico”, que custa R$ 29,90 no site da gravadora Biscoito Fino, só será enviado para a casa dos compradores daqui a um mês, a partir de 20 de julho. Em contrapartida, cada um deles terá acesso ao áudio em streaming das dez faixas em primeira mão.
Ou quase, o frenesi em torno do primeiro trabalho inédito do compositor desde “Carioca”, de 2006, fez com que o áudio e vídeo de “Querido diário”, com imagens do manuscrito da letra da canção, fosse parar no You Tube, ao alcance dos ouvidos mesmo daqueles que não possuem a senha que abre o baú do tesouro virtual de Chico.
“Estamos cientes do vazamento e vamos entrar em contato com o You Tube para retirar o vídeo e tomar providências para prevenir que algo parecido aconteça com os próximos vídeos, até para não prejudicar os que compraram o disco na pré-venda em busca de um conteúdo exclusivo, com mais qualidade”, justifica Pedro Seiler, um dos responsáveis pela criação de “Chico Bastidores”.
Segundo Seiler, o resultado das primeiras horas superou as expectativas da equipe do projeto e a tendência é melhorar.
Fonte: O Globo