Professores do Maranhão debatem PNE e educação no campo

O Plano Nacional de Educação (PNE) e a educação na área rural do Estado do Maranhão são temas amplamente debatidos no Seminário Educacional promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (SINPROESEMMA), aberto na sexta-feira (8), no auditório da Associação Comercial, Centro Histórico de São Luís.

O seminário é voltado especialmente para os educadores que atuam nos núcleos regionais do sindicato, mas envolve todos os interessados em discutir a educação nas comunidades rurais do estado, assim como enriquecer o debate em torno do PNE, cujo projeto está sob avaliação, na Câmara dos Deputados, e que deverá nortear a educação no Brasil nos próximos dez anos.

O seminário foi aberto pelos sindicalistas, Júlio Pinheiro, presidente do SINPROESEMMA;  Júlio Guterres, secretário de imprensa do sindicato e Odair José, secretário de assuntos educacionais da entidade.  Júlio Guterres ressaltou a importância da realização do seminário como instrumento de preparação dos dirigentes sindicais diante do cenário de debates sobre a educação, mas salientou que o PNE é interesse de todos os trabalhadores, pois a educação afeta a sociedade de um modo geral.

Neste momento decisivo para definir questões como a aprovação do PNE, o cumprimento da Lei do Piso Salarial Nacional, ainda não efetivada no Maranhão, o sindicalista Odair José defende o envolvimento de todos os trabalhadores de educação. “Precisamos aprovar o plano ainda este ano e consolidar o piso salarial do magistério, pois em 2012 teremos dificuldades por ser um ano de eleições”, alerta o professor.

O presidente do sindicato, Júlio Pinheiro, acredita que o sindicato deve dar sua contribuição para alcançar os avanços almejados na educação do Maranhão, que, segundo ele, precisa ter políticas de inclusão social para que efetivamente aconteça o desenvolvimento do estado.

Educação no campo

Para repassar informações sobre a construção da resolução do Conselho Estadual de Educação (CNE), que trata sobre a educação no campo, foram convidados os conselheiros Roberto Mauro Rocha, Vitória Bouças, Socorro Botelho e Elizabeth Rodrigues, que participaram da mesa redonda “O Maranhão e a Educação No Campo”. Além de fazer explanações sobre a atuação da entidade no estado, na área rural, os conselheiros expuseram aos educadores alguns artigos que já fazem parte da resolução que deverá ser aprovada pelo pleno do CNE, brevemente.

No debate sobre o tema, os educadores apresentaram algumas propostas que devem ser consideradas na elaboração da resolução do CNE, como a preocupação com a formação dos profissionais que realizam a educação no campo, as estruturas físicas adequadas para a realização das aulas, assim como a preocupação em desenvolver atividades educacionais que levem em conta o universo sócio-cultural de cada comunidade. “Precisamos levar para o campo disciplinas com as quais os alunos tenham identidade como o ensino das técnicas de agricultura, da atividade pesqueira, por exemplo”,  enfatizou o sindicalista, professor Reinaldo.

Além disso, o transporte escolar ainda é um grande problema enfrentado pelos alunos das comunidades rurais. A professora Iraide Martins, que leciona em Bacabal, denunciou que na escola onde trabalha os alunos do campo são prejudicados pelas dificuldades com o transporte escolar: “Eles só conseguem chegar no segundo horário de aula e saem antes de encerrar o último horário, um grande prejuízo na aprendizagem”, destaca.

Os conselheiros informaram aos educadores que o CNE está vigilante com a escola no campo e que a resolução possui artigo que determina ao poder público a concessão de transporte escolar adequado aos alunos, assim como prevê medidas importantes como a formação profissional pedagógica apropriada à realidade do campo, direcionamento de atividades com perspectivas do desenvolvimento sustentável , adequação das salas de aula, entre outras.

Indicadores sociais

Os conselheiros são unânimes em defender uma política educacional que promova mudanças dos índices sociais negativos no Maranhão. A conselheira Vitória Bouça informou que mais de 900 mil famílias vivem em áreas de assentamento rural  no estado e que 15% dessa população são analfabetos. A conselheira Elizabeth Rodrigues destacou que entre os 15 municípios mais pobres do Brasil, 10 estão no Maranhão e que entre os 50 piores municípios do país, 32 são maranhenses.

Encerramento

O seminário educacional  do SINPROESEMMA foi encerrado no sábado (9), com a mesa redonda “Plano Nacional de Educação/PNE”, pela manhã, e a palestra “O PNE sob a ática dos trabalhadores”, seguida de debates acerca dos temas abordados no evento.

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