Cerca de 17 mil trabalhadores do cobre no Chile se preparam para uma paralisação de trabalho na próxima segunda-feira (11), em data coincidente com a comemoração dos 40 anos da nacionalização do mineral.
A Federação de Trabalhadores do Cobre ratificou na véspera a ação em protesto porque considera que se está abrindo o caminho para a privatização oculta da estatal de cobre.
“Nós paralisaremos porque Codelco (Corporação Nacional do Cobre) está em perigo e porque há prepotência contra os trabalhadores”, assinalou uma declaração pública da referida organização sindical.
“Aqui não haverá uma privatização legalizada, mas disfarçada ao tornar a empresa inoperante e propiciar sua posterior venda”, explicou o presidente da Confederação de Trabalhadores do Cobre, Cristián Cuevas.
Da mesma forma, o deputado e presidente do Partido Socialista do Chile, Osvaldo Andrade, concordou que La Moneda “está gerando as condições para privatiar de maneira definitiva nossa principal riqueza nacional”.
Para o economista chileno Julián Alcayaga, não se explica que com o preço do cobre observado em 2010 Codelco tenha tido uma caída tão considerável em seus ingressos por venda em relação aos anos 2006, 2007 ou 2009.
Um pouco de transparência acerca do chamado “sueldo de Chile” não faria mal a ninguém, e muito menos a um governo que luta todos os dias para ganhar a confiança pública, aponta o especialista.
O Chile é o primeiro produtor mundial de metal vermelho e cobre e abrange 33% da oferta global. Em 11 de julho de 1971, o ex-presidente Salvador Allende promulgou a Lei da Nacionalização do Cobre, e qualificou nesse momento o fato como o mais importante depois da independência do Chile.
Fonte: Agência Prensa Latina
