Os trabalhadores das metalúrgicas de Caxias do Sul e Região rejeitaram proposta da patronal de 8% de reajuste salarial, aprovaram a entrada da categoria em estado de greve e a realização de assembleia no dia 1ª de julho. A decisão foi tomada em assembleia-geral, realizada em 19/6, em frente à sede central do Sindicato dos Metalúrgicos. Cerca de mil trabalhadores rejeitaram a proposta dos empresários por consideraram que o índice que ficou muito aquém dos 14% reivindicados pela categoria.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Assis Melo, salientou a importância do trabalhador no crescimento econômico da cidade. A indústria cresceu, em 2010, 31,8%, sendo que o ramo de caminhões aumentou 54,7%, o de ônibus, 32,8% , e o de veículos rebocados 46%. “Todo este crescimento tem um custo, que são as doenças do trabalho. Nossos trabalhadores estão cada vez mais doentes e isso não é valorizado”.
A reivindicação dos metalúrgicos, de 14% é baseada na soma da inflação de 6,30% medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e os 7,5% de crescimento acumulado dos últimos 12 meses do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O presidente do Sindicato, Assis Melo, observa que o argumento dos empresários nas negociações, de que estão enfrentando dificuldades financeiras porque o custo da mão de obra em Caxias do Sul seria muito elevado é incoerente. “Se fosse assim mesmo, como se explica este lucro todo e como as empresas conseguiram crescer tanto em 2010?”, questiona.
O estado de greve significa que acendeu o “sinal amarelo” na campanha salarial. Mesmo tendo sido encerrado o cronograma de negociações, já que a última reunião do cronograma entre trabalhadores e empresários foi na sexta-feira, os trabalhadores continuam abertos à negociação, mas a categoria intensificará a mobilização e paralisações nas fábricas, preparando para uma grande assembleia no dia 1º, que poderá decidir pela greve.
Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul