Chile: Estudantes secundaristas realizam paralisação nacional

Fortalecendo as manifestações ocorridas nas últimas semanas, os estudantes secundaristas chilenos realizaram nesta segunda-feira (13) uma paralisação nacional para reivindicar gratuidades, melhores condições nos estabelecimentos de ensino e reparo das escolas atingidas pelo terremoto de 2010.

A mobilização se insere no contexto das lutas iniciadas por estudantes e professores universitários, que desde abril organizam marchas contra a privatização da educação e por acesso ao ensino para amplas camadas populares.

Líder secundarista, Laura Ortiz esclareceu que os secundaristas tomaram, pacificamente, centenas de estabelecimentos educacionais, entre liceus e institutos. De acordo com o site da Agência Prensa Latina, o movimento já é comparado à Revolução dos Pinguins, quando, em 2006, os estudantes realizaram fortes mobilizações demandando menos privatizações, Carteira Nacional Estudantil gratuita e melhorias nos colégios.

Por sua vez, a Associação de Professores realizará uma paralisação nacional de 24 horas no próximo dia 16, contando com a adesão da Confederação de Estudantes do Chile (Confech), que representa os universitários. O ponto de concentração será a praça Itália, a partir das 11 horas.

Os professores informaram, por meio de um comunicado, que o objetivo central da paralisação é debater a “necessidade de acabar com o lucro (nas universidades), avançar em reformas democráticas na educação, além de aumentar os investimentos públicos que tanto necessita nossa abandonada educação chilena”.

Eles destacam que, ao contrário do que o ministro da Educação, Joaquín Lavín, tem afirmado, há uma crise no setor que “afeta a cada um dos ramos do nosso sistema educacional (…) e se resolve com uma mudança de atitude, uma mudança de olhar e uma vontade férrea por parte do Estado que deve se dispor a sustentar uma educação pública e de qualidade para todos, sem exclusões”.

No comunicado, os professores criticam ainda a atitude autoritária do governo, que não ouve amplamente a sociedade chilena. “A força governante não pode pretender impor suas posturas à cidadania, mas pelo contrário, deve gerar os espaços de diálogo necessários para que a opinião cidadã possa se expressar e tenha um correlato na implementação das políticas nacionais”, afirmaram. Os professores reforçaram que o plebiscito seria o melhor mecanismo para decidir questões complexas como a educação.

Já os estudantes fazem coro com as bandeiras dos professores e também exigem o barateamento das tarifas, matrículas e créditos universitários. Eles denunciam que, apesar das várias reuniões que tiveram com Lavín, não têm respostas concretas sobre suas demandas.

Contudo, a presidenta da Federação de Estudantes da Universidade do Chile, Camila Vallejo, se mostra otimista com o poder de mobilização dos chilenos. “Creio que a juventude e a sociedade hoje em dia não creem que se tenha que se conformar com isso. O povo pede transformações de fundo”, declarou.

No momento, mais de dez universidades estão paralisadas, dentre elas a Universidade do Chile e a Universidade de Santiago.

Com informações das agências Adital e Prensa Latina

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