Outros três campesinos assassinados somam-se aos mortos por grupos paramilitares ao serviço de latifundiários na região do Baixo Aguán, no departamento de Cólon, Honduras. A acusação recai sobre o dono de terras Miguel Facussé. É o que informa o comunicado da Organização Internacional de Direitos Humano pelo direito à Alimentação (FIAN – Honduras, sigla em inglês).
José Recinos Aguilar, Joel Santamaría e Genaro Cuesta conduziam um veículo a poucos metros da Cooperativa San Esteban, a qual são associados, quando sofreram o ataque. Os campesinos assassinados pertencem ao Movimento Autêntico Reivindicador de Campesinos de Aguán (MARCA).
Além desses assassinatos, minutos depois, os paramilitares entraram nas instalações do Instituto Nacional Agrario (INA). Eles dispararam contra os campesinos, que se encontram refugiados desde o inverno do ano passado no que se conhece como “casa de ouro”, provocando feridas graves no abdômen da campesina Doris Pérez Vásquez, a qual teve que ser levada de emergência para um hospital da cidade de La Ceiba. Resultaram cinco feridos neste ataque: três guarda e dois campesinos.
Em nota, a Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP) do departamento de Colón, faz um chamado a toda comunidade internacional para que vigie o cumprimento dos acordos firmados pelo atual regime para poder ingressar na OEA. O governo hondurenho “prometeu respeito à vida e aos direitos humanos e menos de 24 horas depois de ser reconhecido novamente pela comunidade latino-americana não é capaz de evitar o assassinato de campesinos”, afirma o FNRP.
Para a Frente, esse regime não merece o privilégio de ser beneficiado com a cooperação desse organismo de integração regional, “mas merece a condenação internacional pelos crimes de lesa humanidade”. Segundo informações do site Comuna Socialista Ataroa, até esta data, cerca de 30 pessoas foram assassinadas por organismos paramilitares que são capitaneados pelo árabe Miguel Facussé, o nicaraguense René Morales Carazo e o salvadorenho Reinaldo Canales sem que os autores materiais e intelectuais do genocídio tenham sido julgados.
Segundo Comunicado da FIAN, “todas as pessoas consultadas (…) sobre os fatos violentos na região (…) concordam que nunca foi tão forte a repressão como a que estão sofrendo atualmente os campesinos integrados às organizações reivindicativas. Não há confiança nas autoridades e todos temem por sua vida”.
Com esse novo enfretamento, a crise entre campesinos e latifundiários se agrava ainda mais, já que organismos de direitos humanos estão exigindo que o governo esclareça esta situação e responsabilize os culpados pelas mortes. Se nada for feito, o conflito deve se manter no Vale do Aguán. Os empresários Miguel Facussé e Reynaldo Canales ainda reclamam a posse de outras terras no poder dos campesinos.
Fonte: Agência Adital