O secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, afirmou estar “muito satisfeito” com os resultados da reunião que teve com sindicalistas que representam os ferroviários em greve, na manhã desta quinta-feira (2). Os grevistas, porém, decidiram que não irão retornar ao trabalho antes da assembleia com a categoria, marcada para às 17h.
“A reunião começou tensa, mas aos poucos fomos nos entendendo. No entanto, ainda não há previsão para o retorno ao trabalho. Eles não estão cumprindo uma ordem judicial, mas isso terá de ser discutido no tribunal”, afirmou Fernandes.
Após o fim do encontro, os sindicalistas iriam até o Tribunal Regional do Trabalho onde, às 11h, teriam uma reunião conciliatória. “Pedimos para que os sindicalistas antecipem a assembleia para as 15h. Estou otimista. Acho que já poderemos ter trens circulando no fim da tarde”, destacou.
A greve, que paralisa todas as 89 estações das seis linhas da malha ferroviária da região metropolitana de São Paulo, contraria liminar expedida na terça-feira (31) pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) que, em atendimento à Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) e à CPTM, determinou que 90% da operação fosse mantida em horários de pico, e 70% nos demais horários.
A paralisação da CPTM afeta cerca de 2,5 milhões de moradores das 22 cidades da Grande São Paulo. Segundo o presidente da CPTM, Mario Bandeira, não há como implantar um plano emergencial de transporte para aliviar a situação dos usuários.
“Não existe sistema para absorver esta demanda. O Plano de Apoio entre as Empresas em Situação de Emergência (Paese) – plano de emergência que prevê colocação de ônibus extras em circulação – só funciona para cobrir pequenos trechos”, explicou, em entrevista ao “Bom Dia Brasil”, da Rede Globo.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, Eluiz Alves de Matos, a decisão do TRT não abalou os ânimos da categoria. “Aguardávamos uma proposta que atendesse as reivindicações, mas nem Estado nem CPTM ofertaram algo que os trabalhadores não entendessem ser de segunda classe, a greve vai ser geral –e a multa que o TRT coloca vale tanto para o sindicato quanto para a empresa”, disse o dirigente.
Na noite de quarta-feira (2) houve registro de tumultos na estação Jurubatuba, gerados pelo acúmulo de passageiros que tiveram de optar pelo ônibus com a operação parcial da linha 9-Esmeralda. A CPTM admitiu o incidente, mas informou que se trata de “um dia atípico” e que o caso foi isolado. Em Guaianazes (zona leste), contudo, também houve relatos de pequenos tumultos.
O Comando de Policiamento de Área Metropolitano (CPAM-6), da Polícia Militar (PM), disse que reforçou a segurança nas estações da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) no ABC paulista a fim de evitar tumultos por conta da greve deflagrada pelos funcionários da companhia.
O CPAM-6 é responsável pelas cidades da região. Não há informação se a PM reforçou o policiamento na capital paulista.
Ônibus
No Grande ABC, motoristas e cobradores de ônibus de empresas particulares decidiram manter a greve iniciada ontem. A paralisação afeta o transporte municipal e intermunicipal em Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Mauá, Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires.
De acordo com a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), 850 ônibus de 130 linhas atendem os passageiros em toda a região. Os trabalhadores querem 15% de aumento nos salários, mas as companhias oferecem 8%.
O sindicato que representa os funcionários afirma que as empresas não apresentaram nova proposta. Nesta quinta será realizada uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
A EMTU calcula que 200 mil passageiros estão sendo prejudicados com a greve.
Com inofrmações das agências e da Brasil Atual