Juventude espanhola sai às ruas por mudanças e contra política conservadora

Já dura cinco noites os protestos organizados pela juventude espanhola, contra a política conservadora do governo e suas “reformas anti-sociais”, promovidas devido à crise financeira que assola, além da Espanha, países como Portugal, Grécia e Irlanda.

As manifestações do movimento ’15-M’ continuaram nesta quinta-feira (19/05) com reuniões concentradas na Praça da Porta do Sol, famoso cartão postal madrilenho que recebeu da imprensa a alcunha de “Praça Tahrir espanhol’, em referência à praça no Cairo onde milhares de egípcios exigiram a queda do ditador Hosni Mubarak.

O movimento, nascido nas redes sociais na Internet, culminou neste domingo (15/05) com protestos em 50 cidades contrários às “reformas anti-sociais” dos governos, que estão “nas mãos dos banqueiros”. Os membros do grupo exigem “uma mudança de rumo e um futuro digno”, medidas contra a “corrupção dos políticos, empresários e banqueiros” e rejeitam cortes nos direitos laborais “em benefício dos poderosos”.

No próximo domingo (22/05) os eleitores espanhóis irão às urnas para as eleições municipais e regionais e pesquisas indicam que o conservador PP (Partido Popular) deve sair vitorioso sobre o governista PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol).
“Tudo é espontâneo”, disse um dos porta-vozes do grupo, Pablo Gómez. Segundo ele, o movimento não tem lideranças, bandeiras ou mesmo reivindicações claras.

Os universitários resolveram acampar e passar a noite na praça Puerta del Sol, no centro da capital. Em dois dias, o acampamento tornou-se permanente, estendendo-se a 40 cidades, incluindo Barcelona, Valência, Málaga, A Coruña e Sevilha.

Espalhando a mensagem pelas redes sociais, o grupo passou de menos de 50 pessoas na noite de domingo para 4 mil – apenas em Madri – na manhã da quarta-feira.

O grupo foi desalojado da praça pela polícia na segunda-feira, mas voltou, com a ajuda de advogados voluntários, na tarde seguinte. O movimento então se espalhou para outras cidades espanholas, e o número de participantes vem aumentando.

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Espanhóis se inspiram em manifestações no Oriente Médio

Ao lado de cartazes e bandeiras do Egito (em alusão ao levante que derrubou o presidente Hosni Mubarak), os manifestantes decidiram fazer revezamento em turnos para manter o espaço por eles ocupado.

Os participantes têm recebido o apoio de aposentados, desempregados e de diversos setores da população, que estão levando água, comida e material para manter o acampamento até o próximo domingo, data das eleições municipais.

Com agências

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