Na madrugada de 4 de abril último, jornalistas, radialistas e técnicos da TV Sergipe realizaram um feito inédito na história da empresa da família Franco: o programa jornalístico Bom Dia Sergipe virou Bom Dia Pernambuco. Os telespectadores sergipanos ficaram confusos diante daquela situação.
Somente horas depois é que a confusão começou a ser esclarecida. Os profissionais da TV e FM Sergipe cruzaram os braços em protesto contra as medidas autoritárias impostas pelo diretor da empresa, Paulo Siqueira. Oriundo do Piauí, onde comandou um processo semelhante numa afiliada da Rede Globo, esse indivíduo chega ao nosso Estado para aplicar seu programa de maldades. Demissões, redução de salários, não pagamento de diárias, perseguições e assédio moral se tornaram rotina na empresa do saudoso Augusto Franco.
Não satisfeito em agredir direitos dos trabalhadores, o senhor Paulo Siqueira avançou com suas medidas contra os programas sobre a cultura do nosso Estado. Pelo seu desejo seriam retirados do ar os programas Terra Serigy, São João da Gente e Levanta a Poeira, que retratam nossas manifestações culturais.
Mas, como diz o ditado popular, não há mal que não traga um bem. A unidade foi a arma encontrada pelos trabalhadores contra as perversidades do algoz do Piauí. O medo se transformou em esperança. A paralisação que parecia ser um feito impossível tornou-se real. A saída do senhor Paulo Siqueira passou a ser a principal exigência apresentada pela comissão de negociação aos donos da empresa.
Nosso tempo de Pernambuco foi de poucas horas. Mas foi suficiente para deixar uma lição. Quando os trabalhadores se unem, tornam-se invencíveis. O Sindicato dos Bancários de Sergipe e a CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – estiveram juntos apoiando a luta dos trabalhadores da TV Sergipe.
Por José Souza – presidente do Sindicato dos Bancários de Sergipe