Em Minas Gerais, trabalhadores protestam contra rotatividade na Jabil do Brasil


No começo da tarde de sexta-feira (18), o Sindicato dos Metalúrgicos de Betim realizou um ato na portaria da Jabil do Brasil em protesto contra a elevada rotatividade da mão-de-obra na fábrica. Nos últimos oito meses, o número de empregados – em sua maioria mulheres – foi reduzido praticamente à metade: de 1.997, em julho de 2010, para os atuais 1.100 trabalhadores.
A manifestação é parte das atividades programadas pelo Sindicato para o “Mês da Mulher” e contou com a presença de lideranças sindicais de diversas categorias profissionais e de trabalhadores da Monterrey, que estão em greve e se deslocaram até a portaria da Jabil para apoiar a iniciativa.
“Estamos aqui para exigir um basta à maneira como os trabalhadores e trabalhadoras têm sido tratados pela Jabil”, afirmou Marcelino da Rocha, presidente do Sindicato. Apelidada de “fábrica do emprego descartável”, a Jabil é fabricante de equipamentos eletroeletrônicos e se instalou no município em janeiro de 2007. De lá para cá, 1.588 trabalhadores que somavam mais de um ano de casa já foram demitidos, segundo balanço do Departamento de Homologação do Sindicato.
Rocha advertiu, entretanto, que, sozinho, o Sindicato pouco poderá fazer para reverter as demissões em massa. “É fundamental também que os próprios trabalhadores da Jabil entendam que estão aqui para vender sua força de trabalho, não a sua dignidade”.
Presente no ato, a deputada federal Jô Moraes prometeu encaminhar uma denúncia da prática adotada pela empresa à Comissão do Trabalho – da qual é integrante – e ao plenário da Câmara dos Deputados. “A Jabil precisa compreender que seus trabalhadores merecem um tratamento digno”.
Encontro

Durante a manifestação, João Alves de Almeida, vice-presidente do Sindicato, informou aos participantes que, em encontro realizado horas antes, com a prefeita de Betim, Maria do Carmo Lara (PT), a direção do Sindicato obteve dela o compromisso de intermediar uma reunião entre representantes da entidade e das secretarias de Desenvolvimento e de Indústria e Comércio do Estado de Minas Gerais, para que o assunto seja debatido.
“É nossa intenção cobrar do governo do Estado um posicionamento em relação à postura da empresa, uma vez que estas demissões têm afetado não apenas estes trabalhadores e suas famílias, mas a economia local e regional”, disse.
Representaram a CTB Minas o vice-presidente, José Antônio de Lacerda, o Jota, e Gelson Alves, Secretário de Comunicação da CTB Minas e diretor do Sindicato dos Metalúrgicos.
Fonte: Alexandre Magalhães – Sindimetal Betim

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