No Chile Barack Obama será recebido sob protestos antiimperialistas

Se depender dos movimentos sociais, o presidente estadunidense, Barack Obama, não terá dias tranquilos em sua visita à América Latina. Assim como os brasileiros, os membros de organizações sociais chilenas também estão planejando protestos para os dias 21 e 22, quando Obama estará no país para debater com o presidente chileno, Sebastián Piñera, questões como energia atômica, livre-comércio, fortalecimento das instituições, meio ambiente e educação.

Já no próximo dia 20, organizações de direitos humanos, associações de estudantes e professores realizarão uma mobilização popular em rechaço à visita do mandatário. Em um comunicado, os organizadores da manifestação destacam a postura imperialista dos Estados Unidos e exigem que Obama “respeite os processos de emancipação e de integração na América Latina”.

O comunicado também questiona episódios como o apoio dos Estados Unidos ao golpe militar que destituiu Salvador Allende e instalou a ditadura, bem como a manutenção do bloqueio a Cuba e a prisão dos cinco cubanos acusados de terrorismo.

Além disso, o documento sublinha o rechaço à postura imperialista do país na Argentina, Bolívia, Equador, Nicarágua, Venezuela e nos países do Oriente Médio e denuncia que o próprio Chile é antidemocrático. “Chile não é o modelo de democracia e liberdade” que apresenta como tal a Casa Branca “porque os mapuche, os rapanui, os trabalhadores e as grandes maiores nacionais são expressão da desigualdade e da exclusão imperantes”, afirmam.

Com as palavras de ordem “Para repudiar a visita de Obama e para unir o povo chileno contra o imperialismo, fora Obama do Chile e da América Latina”, a Unión Antiimperialista Octava Región (8R) também convoca uma manifestação para os dias 21 e 22 de março. Em manifesto, a organização lembra que o Chile “sofreu na própria carne” o imperialismo dos EUA, citando a “derrubada do governo constitucional, popular e democrático de Salvador Allende e a posterior aplicação do terrorismo de Estado por parte da ditadura militar”.

Na opinião da 8R, atualmente o imperialismo estaria presente no Chile a partir de acordos como o Tratado de Livre Comércio entre Chile e Estados Unidos, que, segundo a organização, “piorou as já nefastas condições do povo, precarizou o trabalho, mercatilizando a saúde e a educação, destruindo a organização sindical e o tecido social, hipotecou a água e o cobre e aumentou a brecha entre ricos e pobres”.

O Partido Comunista do Chile também se pronunciou manifestando que Obama deveria explicar por que os Estados Unidos apoiaram o golpe militar no país.

Para que Obama sinta a força do povo, a Revista Punto Final conclamou ainda todos os setores explorados – trabalhadores, camponeses, povos indígenas, estudantes – a mobilizarem-se contra a presença do mandatário no Chile.

Fonte: Adital

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