Virtude do Tempo!

A virtude do tempo é mostrar a realidade, pois, que esta pode estar sujeita a enviesamentos mostrados em contos, redações e lembranças com visões unilaterais. A todo momento na história e até mesmo mais perspicaz no período recente demonstra que as contradições dos sistemas dominantes durante toda a história são transformadas a partir das lutas dos contrários, através disso, criando o novo. É evidente que nesse processo, até criar o novo, o conflito promove a troca de experiência e o mix de estruturas para se forjar algo que ainda não se tenha vivido e redentor de um novo mundo, é a tal da dialética.

É por isso que não é possível afirmar, por exemplo, que estamos na “era do conhecimento” tanto dentro da linha convencional como em outras leituras da história. O que se pode afirmar é que vivemos uma intensidade de informações num determinado período da contemporânea modernidade da linha convencional e uma pressão das metamorfoses dialéticas dentro de uma linha científica e moderna. Em nenhuma das circunstâncias é possível negar a história ou mesmo declarar o seu fim, pelo contrário, a história cada vez mais se alto – afirma justamente pela sua evolução. A ideia de pós-modernidade, se é que seja possível utilizar este termo em algum período, certamente não vai ser com base nos seus fundamentos mercadológicos e a – histórico, assim como, a “era do conhecimento” só é possível com harmonia mundial, pois, é subestimar demais a humanidade considerar conhecimento com tantas guerras religiosas em curso.

O processo de composição orgânica do capital (salvo a forma de captura da subjetividade e a dispersão do trabalho) da formação da sociedade se manteve a mesma e está na idade dos 200 anos se considerarmos a revolução política francesa (1789) e a Industrial iniciada na Inglaterra, que tem como o símbolo os trilhos e a Máquina a Vapor, adotada por mais de ½ dúzia de países já em 1840. Pois bem, o resultado do conjunto do processo não é a liberdade como alguns devaneios supõe, porém, é um avanço em relação à formação da sociedade anterior baseada no feudalismo que é outro sistema econômico e nas trevas da Idade Média que é outra forma de pensar e ver o mundo.

Nesta fase, o capitalismo tem o prestígio da renascença da iluminação das idéias e também da construção e excelência da teoria marxista, o ser social, em resposta as contradições que iluminismo não foi capaz de sanar. O capitalismo foi rapidamente desvendado por mostrar para que veio e os seus graves problemas. A alienação, a cadeia humana para venda da força de trabalho com o perfil de produto e de valor para acumulação de outrem é visto como imposição baseada na fragilização. Os trilhos colocados para humanidade para rolarem a desarmonia, justifica, em todos os sinais a ação consciente e organizada da classe trabalhadora em prol do socialismo como meio imprescindível e força pujante de manifesto contra o sistema exploratório.

No período atual o que vemos na realidade é uma anarquia econômica do capital, em plena crise, o país uno – superior em quadro econômico-bélico está pressionado a ceder para o deslocamento do mundo ao avanço maior que é a multipolaridade econômica, com a substancial proposta de reforma objetiva da política, cambial-monetária, a nível mundial eliminando disparidades. A cesta de moedas rumo à moeda única, sempre pautada na história dos impérios econômicos e em períodos cruciais; a sua negação é um anti-salto civilizatório e antidemocrático.

Juntando-se a esta série de questões aglutinadas no século XXI, soma-se a luta de classes que é a forma de elevação das idéias, de aglutinação, de organização, de influenciar gerações e instituições da sociedade e de promover a transformação social, o bom viver com o conjunto da humanidade, o socialismo. A ação começa pela luta de classes, a luta de idéias, as idéias substanciadas de classe a classe trabalhadora substanciada de consciência e de reinventar a sociedade. O processo de revolução armada de psicologia social, desenvolvimento econômico (ciência, tecnologia e meio ambiente), arte, cultura (gênero, racial e classicismo), recreação (saúde e esporte), educação (formação, professores e estudantes), trabalho manual (campo e urbano) e do histórico sindicalismo revolucionário. Isto sim é realidade!

Referências Bibliográficas

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MORAES, João Q. A “forma asiática” e o comunismo agrário primitivo. Crítica Marxista, São Carlos-SP, n.1, pg 107-128, 1995.
PLEKHANOV, Guiorgui V. O Papel do Indivíduo na História. São Paulo: Expressão Popular, 2000.
LEMOS, João B. A Política Sindical do PCdoB. São Paulo: Anita Garibaldi, 2010.
LENIN, Vladimir I. Três Fontes. São Paulo: Expressão Popular, 2008.
SEMINÁRIO: CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO E A NOVA LUTA PELO SOCIALISMO. Instituto Maurício Grabóis. São Paulo: Anita Garibaldi, 2007.


André Lemos é Sociólogo formado pela FSA – Fundação Santo André. Especializou-se em Economia do Trabalho e Sindicalismo e de Economia do Trabalho (CESIT), do Instituto de Economia da Unicamp. Atualmente colaborador de pesquisa do Centro de Estudos Sindicais (CES).

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