Completou na última segunda-feira (17) 47 dias a paralisação dos terceirizados de limpeza que trabalham na Estação Ferroviária da Calçada. A categoria está há dois meses sem receber salários, tickets refeição, vales-transporte e décimo terceiro e, segundo a direção do Sindicato dos Trabalhadores de Empresas Ferroviárias do Estado da Bahia (Sindiferro), não há previsão de pagamento por parte de prefeitura.
Já os servidores ligados à Companhia de Transportes de Salvador (CTS) encontram-se em “estado de greve”, o que significa que há possibilidade de voltarem a cruzar os braços a qualquer momento. Estes trabalhadores ficaram parados por uma semana e retornaram no dia 7 de dezembro, quando o salário de novembro foi pago. Mas, na prática, não trabalham por causa da falta de limpeza no sistema. Com a paralisação, a sujeira já se acumula na Estação da Calçada.
Acontece que, segundo o diretor de assuntos jurídicos do Sindiferro, Ubirajara Borges, os servidores também já estão com os salários de dezembro em atraso e ameaçam entrar em greve mesmo que o salário dos terceirizados seja pago. “Estamos em estado de greve, fazendo assembleias regularmente. Aguardamos o pagamento do pessoal da limpeza, mas vamos parar novamente, caso o nosso salário de dezembro não seja pago”, afirmou Borges. Ele afirma que o prazo para pagamento do salário dos terceirizados e dos funcionários da CTS venceu na última sexta-feira, 7.
Ainda de acordo com o diretor jurídico do Sindiferro, uma outra situação pode começar a se estabelecer como novo empecilho para funcionamento dos trens. Os terceirizados que trabalham nas bilheterias da estação, vinculados à empresa Sintra Gare, estão com os salários vencidos há quatro meses. “A empresa já deu o aviso para que a prefeitura pague até o dia 8 de fevereiro. Caso contrário, os funcionários podem ser demitidos”, afirmou Ubirajara, que acredita que a medida deva pressionar a administração pública. A próxima assembleia da categoria, para definir os rumos do movimento, deve acontecer na segunda-feira, 17, às 16h.
A reportagem do A Tarde On Line entrou em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Planejamento, Tecnologia e Gestão (Seplag), mas recebeu a informação de que um posicionamento só poderia ser dado por meio de assessora de imprensa, que só chegaria à secretaria a partir das 14h desta sexta-feira.
Cerca de 14 mil passageiros utilizam trens todos os dias em Salvador e, com a paralisação, a população está obrigada a usar o transporte coletivo feito por ônibus, que custa R$ 2,50, valor muito superior aos R$ 0,50 pagos pelo acesso ao trem.
