Avós da Praça de Maio resgatam 102º neto sequestrado pela ditadura argentina

Um homem nascido durante a ditadura argentina (1976-83), no campo de extermínio da ESMA, onde sua mãe desapareceu, e que depois foi levado por um militar, tornou-se o 102º caso de um sequestrado a recuperar sua identidade, informou esta segunda-feira (20) a organização Avós da Praça de Maio.

O homem, hoje com 32 anos e advogado especializado em meio ambiente, nasceu na Escola Mecânica da Armada (ESMA), campo de concentração da ditadura, depois que seus pais foram sequestrados em 15 de julho de 1977.

A identidade do jovem ainda não foi revelada porque ele “está processando a notícia do desaparecimento dos seus pais”, disse a titular da organização, Estela de Carlotto.

Os exames determinaram com 99,9% de certeza que ele é filho do casal María Graciela Tauro e Jorge Daniel Rochistein, desaparecidos e assassinados durante o regime militar. O oficial da Força Aérea Juan Carlos Vázquez Sarmiento, que está foragido, é acusado do sequestro.

O casal, levado em 1977, foi alojado primeiro no campo clandestino de detenção chamado Mansión Seré, sob custódia da Força Aérea, e em seguida foi transferido para a ESMA, por onde passaram 5.000 desaparecidos durante o regime militar.

Um total de 102 filhos de desaparecidos durante a ditadura recuperou sua verdadeira identidade com base nas pacientes investigações das Avós da Praça de Maio, que calculam em 500 as crianças subtraídas por militares ou pessoas próximas destes naquela época.

Dezenas de personalidades políticas, intelectuais e dirigentes de ONGs apóiam a candidatura das Avôs para o Nobel da Paz.

Cerca de 30.000 opositores desapareceram durante a ditadura argentina, segundo entidades humanitárias.

Com informações da AFP

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